São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Vendedores criam entraves

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

O bancário LCG, 45 anos, há 20 no mesmo serviço -que pede para não ser identificado, por norma de sua empresa-, está desistindo de utilizar a carta de crédito da CEF para comprar casa própria.
Ele se increveu no Pró-Cred, programa para quem ganha até 12 mínimos, com possibilidade de financiar até R$ 29 mil. Com o que tem no FGTS, pretendia deixar de pagar o aluguel de R$ 600 mensais.
Mas os motivos de seu desânimo estão mais relacionados ao mercado do que à burocracia da CEF.
Acha difícil, por exemplo, encontrar um imóvel pelo menos compatível com sua atual moradia a preços razoáveis, entre R$ 35 mil e R$ 40 mil.
"Para ir morar longe ou em áreas deterioradas da região central, prefiro manter o aluguel."
Para financiar um apartamento em construção na Mooca (região leste de São Paulo), relata que exigiram renda mensal de R$ 3.500, e ele ganha cerca de R$ 1.300.
Muitos vendedores, continua, classificam a carta de crédito de "mico", pois demorariam em receber o dinheiro -o que é negado pela CEF. Ou exigem um "sinal".
Outros proprietários, conta o bancário, dizem que não podem passar a escritura pelo valor efetivo porque teriam de pagar IR sobre o lucro imobiliário. "Chegam a pedir para que eu pague o imposto por fora", reclama.
Já Juscelino Rodrigues Borba, também de São Paulo, se inscreveu no programa de carta de crédito para a classe média em novembro e assinou o contrato com a CEF no dia 23 de janeiro. Adquiriu uma casa no Butantã usando também o FGTS e uma poupança.
(GJC)

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