São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997 |
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NBA celebra hoje seu ritual de passagem
MELCHIADES FILHO
A 47ª edição do All-Star Game deve estampar a passagem de bastão entre gerações da National Basketball Association, a NBA. O evento reúne esta noite em Cleveland, Ohio, os melhores jogadores profissionais da liga. Leia-se os melhores do mundo. Separados em duas equipes, Leste e Oeste, os atletas disputam uma "partida de comadres". Vale mais o espetáculo do que o placar. A cada ano, porém, o ASG veste um significado especial. Em 94, anunciou a volta da Terra dos Gigantes, com o domínio dos superpivôs. No ano seguinte, lançou cruzada contra a indisciplina. Em 96, refletiu em público sobre a "justiça social" via esporte. Neste ano, o objetivo dos dirigentes é recuperar o brilho do campeonato, arranhado pela queda abrupta do nível técnico. É pelo controle desse timão que a NBA -e o ASG- está dividida. Nunca uma temporada teve tantos "moleques" e "velhinhos". São 15 atletas com menos de 21 anos, contra 7 no último ASG, e 23 com mais de 35, contra os 15 de 96. A questão chegou até Las Vegas. Chicago, Houston e Utah são os favoritos ao título nas apostas. Os três primeiros times dependem de astros experientes -Michael Jordan, Charles Barkley e Karl Malone, todos com 33 anos. Os outros confiam no talento de jovens estrelas -Shaquille O'Neal e Grant Hill, ambos com 24 anos. No ASG, os dois grupos não contiveram o tiroteio. "São em sua maioria jogadores ruins, sem propósito e disciplina", acusou o veterano Patrick Ewing, 34, pivô do New York. "São comentários ridículos, pura inveja", rebatia algumas mesas ao lado o calouro Allen Iverson, 21, armador do Philadelphia. Bodas de ouro Curiosamente, o conflito etário ganha projeção no 50º aniversário da liga, momento que seus dirigentes escolheram para reflexão. Que caminho a liga deve seguir? O romantismo de Michael Jordan e Cia, ou o pragmatismo dos desbocados e topetudos novatos? David Stern, o todo-poderoso dirigente da NBA, deu à Folha seu diagnóstico: "Precisamos permanecer na trilha do crescimento, seja ela qual for." Pelo jeito, a opção de Stern é pela juventude. Basta acompanhar as campanhas publicitárias da liga. Hill, Iverson, Eddie Jones (LA Lakers), Anfernee Hardaway (Orlando) e Kevin Garnett (Minnesota) são os principais garotos-propaganda. Barkley, Ewing e até Jordan foram relegados. Também neste ASG a balança parece tender à mocidade. A média etária caiu de 29 para 28,4 anos. Os eleitos A seguir, a lista das estrelas. Pelo Leste: Jordan, Anfernee Hardaway, Scottie Pippen (Chicago), Hill e Ewing, titulares; Tim Hardaway (Miami), Terrell Brandon (Cleveland), Glen Rice (Charlotte), Christian Laettner (Atlanta), Vin Baker (Milwaukee), Alonzo Mourning (Miami) e Dikembe Mutombo (Atlanta), reservas; como Ewing e Mourning estão machucados, foram chamados às pressas Chris Webber (Washington) e Joe Dumars (Detroit). Pelo Oeste: Gary Payton (Seattle), John Stockton (Utah), Barkley, Shawn Kemp (Seattle) e Hakeem Olajuwon (Houston), titulares; Mitch Richmond (Sacramento), Latrell Sprewell (Golden State), Clyde Drexler (Houston), Jones, Malone, Tom Gugliotta (Minnesota) e O'Neal, reservas; com as contusões de Drexler, Barkley e O'Neal, foram convocados Garnett, Detlef Schrempf (Seattle) e Chris Gatling (Dallas). A guerra de gerações será transmitida para 172 países, 14 a mais do que no ASG passado. NA TV - Bandeirantes e ESPN International, às 21h38 Texto Anterior: EUA inspiram garotas com pompons Próximo Texto: CHARLES BARKLEY Índice |
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