São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Detecção do mal é difícil

DA REPORTAGEM LOCAL

Cientistas apontam três fatores que podem determinar a suscetibilidade de uma pessoa à leishmaniose.
Segundo Carlos Henrique Costa, da Universidade Federal do Piauí, a idade (crianças são mais expostas), o fato de um indivíduo estar doente de Aids e a condição nutricional do indivíduo podem predispor uma pessoa infectada a desenvolver a doença.
"Apesar de tudo é uma doença que raramente se manifesta após a infecção inicial. Dados da Universidade Federal da Bahia, em colaboração com as universidades de Virginia e Cornell (ambas nos EUA), mostraram que menos de 10% das crianças que se infectam desenvolvem a doença. Mas, estudos em pacientes com Aids sugerem que ela seja mais incomum do que se pensava: 1% ou menos."
Segundo Pedro Sadi Monteiro, do Ministério da Saúde, a identificação inicial da doença pode ser difícil. "Ela apresenta uma evolução crônica-insidiosa (se desenvolve lentamente e de maneira pouco evidente), podendo ser confundida com outras doenças como infecção do intestino por parasitas e processos virais benignos (gripe comum)."
Os primeiros sintomas da leishmaniose visceral (calazar) são o inchaço no local da picada. Aos poucos (o processo pode demorar até três meses) aparecem febre, mal-estar, suores, perda de peso, tosse e diarréia.
Percebidos esses sintomas, é preciso fazer uma história do paciente. Monteiro diz o médico deve verificar junto ao paciente suspeito se houve viagem para áreas onde a doença é comum num período inferior a seis meses, fazer um exame físico e um teste para a detecção do protozoário no organismo.
Também devem ser tomados cuidados com os cães: os doentes apresentam emagrecimento, queda de pêlos e lesões de pele nas orelhas e focinho. O animal suspeito deve ser levado a um centro local de controle de zoonoses.

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