São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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'Caixeiros-viajantes' são criticados

The Economist
de Londres

DA REPORTAGEM LOCAL; DA "THE ECONOMIST"

Por uma curiosa coincidência, na mesma semana em que o presidente FHC "vende" o Brasil a investidores estrangeiros como "uma garantia de altos lucros com baixos riscos", a renomada revista britânica afirma em chamada de capa que "os governos não devem ser vendedores".
A atuação de chefes de governo como "salesmen" (vendedores) é amplamente analisada pela revista: no principal editorial, em uma reportagem de três páginas e por uma coluna regular.
No editorial, "Não sejam vendedores", a revista afirma que os esforços dos governos para promover exportações são, na melhor das hipóteses, um desperdício do dinheiro dos contribuintes e, na pior das hipóteses, politicamente danosas.
A "The Economist" diz que há muita coisa errada, tanto em termos práticos quanto em termos éticos, quando presidentes exercem o papel de "vendedores".
Em termos práticos, diz a revista britânica, os métodos usados pelos governos para promover exportações estão começando a causar controvérsia.
A revista diz, porém, que é pouco provável que isso ponha fim à moda de governos "caixeiros-viajantes".
Os governos, afirma, querem ajudar suas economias a crescerem, e muitos acreditam, como o presidente Bill Clinton, que a "geoeconomia" substituiu a geopolítica como a principal preocupação governamental.
Na reportagem, a revista descreve os vários métodos que os governos de todo o mundo estão usando, e cita as palavras de Jeffrey Garten, subsecretário de comércio no primeiro mandato de Clinton: "No melhor dos mundos, os governos deviam sair de uma vez por todas desse negócio. Mas o mercado está corrompido pela presença de governos. Então, deve-se ficar de fora e recitar Adam Smith, ou entrar na briga?".
Em termos de princípios éticos, diz a revista, a razão pela qual a promoção de exportações por governos é errada começa com uma simples observação: tudo tem um preço.

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