São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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FHC acerta ritmo de obras para reeleição

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso já está em campanha pela sua reeleição. Ele pediu a seus assessores a preparação de um amplo programa de visitas a obras do governo federal em todo o país.
Obras viárias serão prioritárias. Até o início do mês que vem, FHC vai ao Amazonas, Roraima (na divisa com a Venezuela) e ao Vale do Ribeira (em São Paulo) anunciar investimentos e inspecionar construções de estradas.
Os outros candidatos tentam reagir e já começam a articular possíveis acordos para 98.
Nas esquerdas, o candidato principal continua sendo Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Aos 75 anos, Leonel Brizola, do PDT, parece estar totalmente fora da disputa pela Presidência.
Itamar Franco continua sem partido e cogita disputar apenas o governo de Minas Gerais.
Todos os possíveis adversários de FHC têm, pelo menos, uma coisa em comum: querem esperar até meados de 98 para se lançarem oficialmente candidatos.
Muitos vão desistir se sentirem que o atual presidente dificilmente perderá a disputa. A senha para tudo isso será o estado da economia no primeiro semestre de 98.
Com a economia nos trilhos e crescendo, é possível que FHC entre na disputa praticamente sozinho. Os principais partidos podem lançar nomes novos, só para marcar posição.
Entre os que gostariam muito de disputar a eleição presidencial, mas não querem se arriscar a perder para FHC, está o ex-presidente José Sarney (PMDB).
Se perceber que não tem chances, Sarney vai tentar apenas se reeleger senador pelo Amapá, Estado que adotou por conveniência política depois de deixar a Presidência da República, em 90.
Paulo Maluf, o eterno candidato a presidente, é outro que vai esperar até a última hora para se lançar candidato. No seu caso, entretanto, é possível que seja candidato a presidente mesmo que FHC continue muito popular por causa do Plano Real.
O PFL, partido que deu sustentação política para FHC chegar ao Palácio do Planalto em 94, vai se contentar, mais uma vez, com a vaga na vice-presidência.
A chapa para 98 vai repetir a de 94: FHC para presidente e Marco Maciel para vice.
Os caciques pefelistas sonham em viabilizar o partido para a eleição presidencial de 2002. Isso já é o prenúncio de um racha que vai ocorrer entre o PSDB e o PFL na metade final do eventual segundo mandato de FHC.
Os governadores, sempre candidatos potenciais à Presidência, ficam momentaneamente afastados da disputa.
Como há a possibilidade de reeleição, e a maioria dos atuais governadores apóia FHC, é provável que muitos prefiram tentar mais um mandato.
Encaixam-se nessa categoria tucanos de peso como os governadores Mário Covas (São Paulo) e Tasso Jereissati (Ceará).
Entre as possíveis "zebras" para 98, em Brasília se fala de nomes tão díspares como os de Ciro Gomes (ex-ministro da Fazenda) e Célio de Castro (atual prefeito de Belo Horizonte, pelo PSB).
Outros que são citados nessas especulações são os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Paulo Renato (Educação).
Só que, com a eventual reeleição do atual presidente, eles devem permanecer no ministério ou apenas disputar, eventualmente, alguma eleição para a Câmara dos Deputados.

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