São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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OMS propõe quatro medidas

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até a década passada, o sentimento comum era que a luta contra as doenças infecciosas estava quase ganha, uma vez que havia meios de controlá-las sem maiores dificuldades. A varíola havia sido erradicada, e outras seis doenças estavam em via de extinção, entre elas a poliomielite e a hanseníase.
Mas o surgimento de novas doenças infecciosas, associado à volta de outras que já estavam controladas, como o cólera, exigiram que organismos internacionais de saúde elaborassem um plano para enfrentar a nova realidade.
Documento da OMS aponta que os países que tenham registrado a volta ou surgimento de novas doenças infecciosas precisam tomar quatro medidas urgentes.
A primeira, montar um programa nacional de vigilância epidemiológica para detectar as epidemias o mais cedo possível. A segunda, entrar em contato com países vizinhos para acompanhar o surgimento de novas doenças em áreas fronteiriças.
A terceira medida seria montar uma rede global de controle do surgimento de novos micróbios, com capacidade para intervir diretamente na região em que houver suspeita de epidemia.
Uma equipe monitorada pela OMS deveria estar capacitada para fornecer ajuda ao país em que ocorra uma epidemia desconhecida até 24 horas após o alarme.
Essa equipe seria formada pelos maiores especialistas em doenças infecciosas e também teria em mãos estoque de vacinas, medicamentos e reagentes que ajudassem no diagnóstico da nova doença.
Um exemplo de como funcionaria essa equipe ocorreu em setembro passado, quando 32 recém-nascidos morreram numa maternidade em Roraima.
Uma equipe do Centro de Controle de Doenças chegou a Boa Vista (RR) em menos de uma semana para fazer uma investigação paralela à do governo brasileiro. E terminou constatando que o uso inapropriado de antibióticos havia contribuído para o surgimento da infecção que matou os bebês.
Embora simples, o plano esbarra em dificuldades que ameaçam sua implantação. Nos países em desenvolvimento, doenças novas correm o risco de não serem detectadas até virarem um grande problema de saúde pública.
Isso acontece porque os laboratórios oficiais sofrem com a escassez de recursos e equipamentos e são incapazes de detectar o surgimento de vírus ou bactérias.
(DF)

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