São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997
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Polícia monta 'operação de guerra' na região do Pontal

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANDOVALINA (SP)

A Polícia Militar montou ontem à noite uma "operação de guerra" para reprimir os conflitos no Pontal do Paranapanema.
Um bloqueio na entrada e na saída do acampamento de sem-terra Taquaruçu mobilizou 120 PMs, um carro do Corpo de Bombeiros, guinchos, caminhões e ônibus.
Todos os veículos, inclusive ônibus de transporte coletivo, foram parados e as pessoas revistadas. A ação é por tempo indeterminado.
A decisão de fazer a operação foi tomada um dia após incidente na fazenda São Domingos, em Sandovalina. O acampamento Taquaruçu fica em frente à fazenda.
No incidente, oito sem-terra foram feridos à bala por quatro seguranças e o filho do fazendeiro, Manoel Domingos Neto, 18, após tentativa de invasão da sede.
Os cinco foram presos após o conflito e responderão a processo por tentativa de homicídio. O advogado de defesa entrou com pedido de liberdade provisória dos cinco. A Justiça não havia se manifestado até as 18h.
Os secretários-adjuntos da Segurança e da Justiça, Luiz Antonio Alves e Edson Vismona, se encontraram com o prefeito de Presidente Prudente, Mauro Bragato (PSDB), e com o comando da Polícia Militar.
Vismona acusou de radicais os sem-terra que tentaram entrar na sede da fazenda e as pessoas que responderam com tiros. "Vamos reprimir abusos e ações radicais dos dois dados", afirmou.
Antonio Levino Neves, 30, que teve o estômago e o intestino atingidos por tiros, continuava internado na UTI até o final da tarde. Segundo boletim médico, Neves, que sofreu cirurgia para extração de bala, ainda corria risco de vida.
Miriam Oliveira, 30, que levou tiro no tórax, deixou a UTI, mas continuava no hospital até o final da tarde, sem correr risco de vida.

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