São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997
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MST de Goiás prevê confronto

LAURO VEIGA FILHO
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

O coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Goiás, Aparecido Ramos de Faria, disse ontem que está aumento o risco de um confronto entre as 350 famílias que ocupam a fazenda Santa Rosa, em Itaberaí (GO) com os 50 policiais militares que cercam a área.
No fim-de-semana, uma comissão liderada pelo bispo de Goiás (GO), d. Tomás Balduíno, visitou o acampamento e divulgou carta pública denunciando o "estado de prisão e isolamento a que as famílias -crianças, mulheres e homens- estão submetidas".
Segundo o bispo, há risco da falta de alimentos para os sem-terra que invadiram a fazenda em março do ano passado. "Vamos levar alimentação para nossos companheiros de um jeito ou de outro", disse Aparecido Ramos Faria.
O coordenador do MST no Estado acusou a Secretaria de Segurança Pública de romper um acordo firmado no final do ano passado entre o movimento, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e a PM.
Segundo Faria, a PM asseguraria o direito de ir e vir dos acampados. "Vamos responsabilizar a secretaria por qualquer conflito que venha a ocorrer", disse Faria.
O coronel Joneval Gomes de Carvalho, secretário de Segurança Pública do Estado, negou ontem que a PM tenha quebrado o acordo. "Foram os sem-terra que romperam o acordo ao não respeitarem o compromisso de não trabalharem a terra e nem sacrificarem animais enquanto estiverem acampados na fazenda", disse.

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