São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997
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Comércio no Mercosul tende à estabilidade

DENISE CHRISPIM MARIN
ENVIADA ESPECIAL AO RECIFE

O comércio entre os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) deverá se estabilizar nos próximos anos depois de registrar crescimento médio anual de 21,54% entre 1992 e 1995.
Já as exportações do Mercosul para outros países mantêm tendência crescente -salvo os embarques para o Nafta, a zona de livre comércio formada por Estados Unidos, México e Canadá (veja quadro ao lado).
Essas previsões constam de um estudo preliminar elaborado pelo Departamento de Integração do Itamaraty.
O estudo mostra que as exportações entre os países do Mercosul cresceram desde 1992, mas as proporções foram minguando a cada ano.
Os embarques aumentaram 39,53% em 1993, comparado com o ano anterior. Depois, 19,69% em 1994 e apenas 5,05% em 1995.
A retomada do crescimento, de acordo com o estudo, será inevitável por causa de compromissos assumidos entre os quatro países.
Decorrerá do cumprimento do cronograma de redução da TCE (Tarifa Externa Comum) e das tarifas do II (Imposto de Importação) autorizados pelo governo brasileiro.
Também contribuirá o fato de a Argentina decidir novamente cobrar uma taxa de 3% sobre importações provenientes de países fora do Mercosul.
Nafta
As exportações do Mercosul para o resto do mundo saíram do crescimento de apenas 1,96% em 1993 (sobre 1992) e passaram para 13,36% em 1994 e 15,74% em 1995.
Mas os embarques para o Nafta decaíram progressivamente desde 1990.
O resultado foi a inversão dos resultados da balança comercial entre Mercosul e Nafta a partir de 1994. Há sete anos, o resultado havia sido superavitário para o Mercosul em US$ 4,766 bilhões.
Depois, o saldo positivo caiu para US$ 1,289 bilhão em 1991, US$ 1,281 bilhão em 1992 e US$ 15 milhões em 1993.
A partir de 1994, o Mercosul passou a ter déficit no comércio bilateral com o Nafta, de US$ 904 milhões naquele ano.
Inversão
A inversão do saldo no comércio bilateral em parte foi provocado pela maior abertura comercial dos países do Mercosul. No Brasil, a tarifa média de importação caiu de 32,2%, em 1990, para 12,6% em 1995.
Essa abertura de mercados resultou de compromissos assumidos ao final da Rodada Uruguai do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), realizada em dezembro de 1994.
O governo brasileiro, no entanto, argumenta que os Estados Unidos não cumpriram suas promessas e ainda mantêm restrições à entrada de seus produtos, como o aço e o suco de laranja.

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