São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997
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Aumento é condicionado a Estado enxuto

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso condicionou ontem a melhoria dos salários do funcionalismo ao enxugamento da máquina pública. FHC deixou claro que não haverá reajuste para os servidores agora.
"Não pode ocorrer aumento de salário só porque sim", disse o presidente. "O sistema econômico está estabilizado, e, portanto, o governo não tem por que estar, a toda hora, pensando em aumentos indiscriminados", completou.
Os servidores públicos não recebem reajuste há dois anos. "Só poderá ocorrer (a melhoria das condições de produção e dos salários do funcionalismo) se houver um enxugamento, um aperfeiçoamento da máquina", disse FHC.
Para o presidente, o serviço público só vai estar "devidamente acomodado" daqui a três ou quatro anos, depois do término de seu atual mandato.
"Tem que se fazer a reorganização das carreiras e pensar, a largo prazo, quando é que vamos ter um serviço público bem pago. Bem pago não significa provocando inflação", disse.
Reforma administrativa
FHC reafirmou que precisa da reforma administrativa para realizar as mudanças na carreira do funcionalismo público e pediu o apoio do Congresso para aprová-la. Segundo ele, a reforma é "urgente e será feita".
A proposta de reforma administrativa permite a demissão de servidores estáveis e fixa um teto salarial de R$ 10,8 mil para o setor.
O presidente fez as afirmações, no Palácio do Planalto, durante a cerimônia de assinatura do contrato de concessão da malha sul da RFFSA (Rede Ferroviária Federal).
Na ocasião, FHC disse que a reforma do Estado é muito mais que a proposta de reforma administrativa que tramita no Congresso.
Citou que, no setor de infra-estrutura, a reforma significa a criação de agências para regular, entre outros, o setor de transportes.
Na área social, FHC afirmou que está "em marcha uma transformação profunda" na educação e no SUS (Sistema Único de Saúde).
"Aí, são dois eixos fundamentais: a descentralização e a 'desclientelização' ", disse, utilizando um neologismo.

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