São Paulo, quinta-feira, 6 de março de 1997
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Polícia investiga dez empresas

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A PF (Polícia Federal) começará a investigar hoje dez supostas empresas de fachada ("laranjas") que fizeram em 1993 contratos idênticos de risco financeiro com a Split Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.
Pelas investigações da CPI dos Precatórios, a Split é uma das empresas mentoras do esquema conhecido como "taxa de deságio", pelo qual títulos estaduais e municipais são negociados a juros muito acima da média do mercado.
Uma das empresas "laranjas" seria a DP Parafusos, de Ibraim Borges Filho, também dono da IBF Factoring. Ele confessou à CPI que recebeu comissão da Split para assinar cheques em branco, usados para pagar doleiros.
Antecedente
Em 93, a DP Parafusos assinou contrato de risco de 21 dias com a Split. O contrato, no valor atualizado de R$ 62,4 milhões, envolvia operações com BBC (Bônus do Banco Central, um título federal).
Delegados da PF suspeitam que o valor da operação é muito elevado para uma empresa sem tradição.
A relação das empresas faz parte de inquérito da PF instaurado em 96 para apurar indícios de irregularidades em operações da Split apontados em relatório do BC.
Segundo o BC, em 93 a Split provocou prejuízos às empresas contratantes ao realizar operações com títulos do BC. Por causa das irregularidades, a Split foi proibida em 94 de voltar a operar com títulos do BC. Borges Filho não foi localizado ontem pela Folha.
(AG)

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