São Paulo, quinta-feira, 6 de março de 1997
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Lulu Santos faz pressão com o "Anticiclone Tropical" em SP

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

O decano do rock brasileiro dos anos 80, Lulu Santos, mostra em São Paulo sua faceta dançante em "A Noite do Anticiclone Tropical", o último disco de uma trilogia com o produtor Memê.
A partir de hoje, Lulu faz oito apresentações no Palace. Um show diferente do que foi mostrado no concerto de Ano Novo na avenida Paulista.
Dessa vez, ele poderá usar os truques com as projeções que formam a cenografia do show.
Em "Assaltaram a Gramática 2", por exemplo, ele divide os vocais com Gabriel o Pensador, que aparece em vídeo.
Ao todo são mais de 30 músicas em quase duas horas de show.
No repertório estarão algumas músicas do disco "Anticiclone Tropical", como "Aviso aos Navegantes", Cadê Você?", e "Chac", que abre o show.
No espetáculo, ele também enfileira seus hits como "O Último Romântico", "Como uma Onda", "Tempos Modernos", "De Repente a Califórnia", "Adivinha o Quê" e uma ou outra regravação, como "Descobridor dos Sete Mares" e o sucesso das Frenéticas, "Dancin' Days".
Promessa de juventude
Aos 43 anos de idade, Lulu constata que seu público vem remoçando, que as primeiras fileiras são tomadas por adolescentes que nem tinham nascido quando ele começou sua carreira, há 25 anos.
"Não se faz música para adolescente. Ele que escolhe o que quer ouvir", diz.
E isso não o incomoda. "Eu sou a promessa da minha juventude. Eu sou a realização dos meus sonhos aos 10 anos de idade", diz ele, que acredita que um rock star pode envelhecer com dignidade.
"Você viu o Eric Clapton no Grammy? Era o único que não tinha vaidade nem pose", exemplifica.
A música de Lulu tem várias caras. Já foi progressiva, roqueira e, agora, dance.
"Eu mudo junto com o público. Quem fica parado é poste", diz. Ele confessa que tem um interesse libidinoso que se atrai por uma vertente, suga o que pode e, depois, esgota seu interesse e parte para outra.
Seus interesses continuam variados. Tem aulas particulares de samba e quer porque quer ser ator. Já fez um pequeno papel em "O Que É Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto.
"Me joguei em cima do Bruno Barreto, quando encontrei com ele no Canecão, pedindo um papel no filme dele", conta Lulu.
Lulu também anda lendo tudo que aparece em sua frente sobre a civilização maia, que ele define como seu maior interesse atual.
Ele lembra que, antigamente, a arte tinha um valor diferente do atual. Se antes havia um objetivo religioso, hoje existe um interesse comercial.
"É preciso alcançar de novo a transcendência", decreta.
(LAR)

Show: A Noite do Anticiclone Tropical
Artista: Lulu Santos
Onde: Palace (av. dos Jamaris, 213, Moema, zona sul, tel. 531-4900)
Quando: hoje e dia 13, às 21h30; amanhã, sábado e dias 14 e 15, às 22h; domingo e dia 16, às 20h
Quanto: qui e dom, R$ 25 (pista), R$ 50 (camarote); sex e sáb, R$ 28 (pista) e R$ 55 (camarote)

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