São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
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BC cria comissões de inquérito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central criou ontem cinco comissões de inquérito para apurar fraudes e operações irregulares em 16 instituições financeiras que sofreram liquidação extrajudicial no último dia 21 por causa das investigações da CPI dos Precatórios.
As cinco comissões têm 120 dias de prazo para terminar os inquéritos, que podem ser prorrogados por igual período.
O resultado das comissões de inquérito deverá resultar em notícia-crime do Banco Central junto ao Ministério Público.
Qualquer processo de liquidação extrajudicial de instituição financeira é seguida de abertura de inquérito do Banco Central para apurar eventuais operações irregulares. Desta vez, o BC agrupou os inquéritos em comissões.
Todas as 16 empresas fazem parte do esquema de manipulação de preços no mercado com títulos estaduais e municipais no mercado financeiro.
O único grupo financeiro a merecer uma comissão exclusiva foi o Vetor -banco e corretora.
O Banco Vetor é tido como um dos principais operadores do esquema de negociações com títulos estaduais e municipais descoberto pela CPI do Senado que investiga a emissão de títulos para o pagamento de precatórios.
A instituição faz parte do chamado grupo da "taxa de sucesso". São instituições financeiras que cobram comissões de Estados e municípios para garantir o sucesso das emissões de títulos.
Ontem, a Folha noticiou que o Banco Vetor também negociou títulos do Estado de Mato Grosso, em negociações não investigadas pela CPI dos Precatórios.
A CPI concentra suas investigações nos Estados de Santa Catarina, Alagoas e Pernambuco, além do município de São Paulo.
Já a Ativação Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários obteve lucros ao negociar títulos de Santa Catarina.
Além do Vetor, as duas instituições liquidadas com participação mais importante no esquema são a Split (que se destacava na cobrança de deságios muito altos pelos títulos) e a Negocial.

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