São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
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Testes para definir cortes são suspensos

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O "Hino Nacional Brasileiro", executado à cappella, às 10h50 de ontem, em frente à Secretaria Estadual da Cultura, marcou o protesto do Coral Sinfônico do Estado de São Paulo contra o plano de redução do número de seus integrantes de 68 para 48.
Para definir quem permaneceria no grupo, haviam sido marcados testes para hoje e amanhã. No final da tarde de ontem, o secretário estadual da Cultura, Marcos Mendonça, suspendeu os testes. Ficou marcada uma nova reunião de negociações na quarta-feira.
Em virtude do ato, integrantes do coral, que acusavam a secretaria de falta de disposição para negociar, foram recebidos pela chefia de gabinete.
Na reunião, o grupo recebeu a proposta de fazer o teste no final de semana e retomar as negociações na quarta-feira. No final da tarde, o coral se encaminhou ao Palácio dos Bandeirantes, onde foi recebido pela chefia de gabinete e, enquanto tentava falar com o governador Mário Covas, recebeu a notícia do cancelamento dos testes.
"Quando o coral foi fundado, havia 80 vagas. Hoje, somos 68, e cantamos coisas pesadas, como o ciclo de óperas de Carlos Gomes. Com 48, não teremos volume para fazer apresentações com a Osesp", afirma o tenor Caio Monteiro.
A Folha apurou que os 48 membros serão o núcleo de um novo Coral Sinfônico do Estado de São Paulo, com 96 integrantes, que a secretaria pretende pôr em funcionamento a partir de outubro.
Mas os cantores reclamam de que, enquanto os músicos da Osesp foram avisados em janeiro de que haveria um teste em junho, os membros do coral só ficaram sabendo em 13 de fevereiro que teriam de fazer um teste dali a três semanas -a prova estava inicialmente marcada para 1º de março.
O secretário diz que a extinção do coral chegou a ser estudada e que a direção da Universidade Livre de Música chegou à conclusão de que o número ideal de integrantes seria 48.
Há planos, ainda, de desmembrar o coral em dois. "Com dois corais de 24 cantores, seria possível fazer mais apresentações."
Mendonça não descarta, porém, aumentar o número de seus integrantes. "O coral trabalha em conjunto com a Osesp. Se o maestro da Sinfônica, John Neschling, achar necessário ampliar o número de seus integrantes, nós vamos buscar fazê-lo."

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