São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
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Cometa gigante já brilha nos EUA e Europa

VINICIUS TORRES FREIRE
DA REPORTAGEM LOCAL

O cometa Hale-Bopp deve cumprir a previsão dos astrônomos e se tornar o astro mais luminoso desse tipo depois da passagem do Halley de 1910.
O "segundo cometa do século" é atualmente bem visível no Hemisfério Norte e provavelmente também poderá ser visto no céu brasileiro a partir de meados de abril, logo depois do pôr-do-sol.
O "provavelmente" se deve ao comportamento irregular dos cometas. Seu brilho pode variar centenas de vezes em semanas.
"O Hale-Bopp pode ser um cometa intrinsecamente luminoso. Nesse caso, seu brilho continua crescendo até passar perto do Sol. Mas ele pode também passar por uma erupção excepcional e, depois, sua luminosidade cair em semanas", explica o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão.
Mourão é pesquisador-titular do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Rio de Janeiro) e autor do "Anuário de Astronomia 1997" (editora Bertrand Brasil).
Cometas são corpos celestes que giram em torno do Sol em períodos que variam de menos de um século a 100 mil anos. O Halley, cuja aparição de 1986 foi um fiasco, circula o Sol a cada 76 anos.
Longe do Sol, um cometa é uma bola de gelo e de poeira cósmica envolvida por uma nuvem de gás. Na medida em que se aproxima da estrela, ele "derrete" e aparece sua cauda, de vapor de gelo e poeira.
A cauda do Hale-Bopp está dividida em duas partes. A mais fina é azulada, composta de gelo vaporizado. A maior é avermelhada, composta de poeira cósmica.
Segundo Mourão, o Hale-Bopp deve estar mais próximo do Sol no dia 1º de abril. No momento de brilho máximo, ele deve ser tão luminoso quanto Vênus. Esse planeta vizinho da Terra é o astro mais brilhante no céu depois do Sol e da Lua, mais luminoso do que qualquer estrela visível a olho nu.
Segundo os cientistas do Instituto Astrofísico das Canárias (Espanha), o comprimento da cauda do Hale-Bopp ainda pode dobrar.
O cometa foi descoberto em julho de 1995 por dois astrônomos amadores americanos, que trabalhavam independentemente. Hale-Bopp é a junção dos sobrenomes. Alan Hale, do Novo México (EUA), fez mais de 400 horas de observação do céu para confirmar sua descoberta. O cometa foi identificado na mesma época por Thomas Bopp, do Arizona (EUA).

Com agências internacionais

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