São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Oficial é acusado de prisão ilegal de guarda

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Estadual denunciou o tenente-coronel da PM Edson Nunes, 42, acusando-o de constranger ilegalmente o guarda civil José Ronaldo de Freitas.
Nunes é o primeiro comandante da PM a ser processado por causa dos confrontos entre a corporação e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) de São Paulo. O tenente-coronel chefiava o 19º Batalhão da PM na época em que o crime teria ocorrido. Nunes alega inocência.
Segundo a denúncia do promotor Orion Pereira da Costa, o tenente-coronel, "mediante violência e grave ameaça" e "de forma abusiva" deu voz de prisão à vítima porque o guarda prendera um soldado do 19º batalhão.
O caso aconteceu no final do ano passado. O guarda estava trabalhando no Hospital Planalto, em Itaquera (zona leste), quando o soldado da PM José Carlos Santana teria invadido a ala infantil.
Segundo o promotor, o guarda tentou impedir a entrada do PM na ala, cujo acesso é proibido, e o soldado teria sacado sua arma. Cercado por outros guardas, Santana foi desarmado e levado ao 32º DP.
Na delegacia, o soldado teria dito que ia visitar um filho que estava internado. Segundo o promotor, Santana, que estava de folga, cometeu o crime de ameaça.
O tenente-coronel foi avisado da prisão de seu subordinado e foi ao 32º DP, que foi cercado por PMs.
Ele teria entrado na delegacia perguntando quem era o guarda que prendera o soldado. Ao achar o guarda, o tenente-coronel lhe teria dado voz de prisão e ordenado aos seus subordinados que o desarmassem e o levassem para um carro da PM fora da delegacia.
Por 20 minutos, a vítima teria ficado presa. Vários carros da GCM foram ao 32º DP. "Poderia ter ocorrido um confronto entre PMs e GCMs", afirmou o promotor.
O tenente-coronel só teria soltado o guarda após "conversar com o delegado e com um superior da vítima". Segundo o promotor, caso o guarda tivesse cometido um crime, só o delegado do 32º DP, e não o tenente-coronel, poderia prendê-lo. A denúncia foi aceita pela 2ª Auditoria do Tribunal de Justiça Militar.

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