São Paulo, domingo, 9 de março de 1997 |
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Sangue faz médica decidir ter filho em casa
AURELIANO BIANCARELLI
Já em São Paulo, Simone passou a trabalhar com o Grupo de Grávidas do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. Foi aí, em 1991, que decidiu ter um filho em casa. Casada com um médico, o infectologista Artur Kalichman, Simone foi precavida a ponto de alugar uma UTI móvel, que ficaria na porta do prédio onde mora. O obstetra Rogério Guimarães e uma médica neonatal seriam acionadas pelo bip assim que começassem as contrações. "Os outros amigos viriam depois para preparar a 'canja da mulher parida' e fazer a festa", conta. As contrações começaram as 21h30 do dia 12 de janeiro, o médico chegou dez minutos depois e em meia hora Beatriz nasceu. "Eu estava esperando seis horas de contrações. Não deu tempo sequer de a UTI chegar", diz. Quando os amigos chegaram, Simone estava amamentando a bebê na cozinha, esperando pela sopa. "Se tiver mais filhos, vai ser do mesmo jeito", diz. Durante vários anos, Simone coordenou o Grupo de Grávidas do Coletivo Feminista. Uma vez por semana, as mulheres se reúnem para trocar informações, relaxar e fazer exercícios. "A intenção não é voltar ao parto dos nossos avós", diz Simone. "É recuperar a alegria de poder parir sem medo e com segurança." (AB) Texto Anterior: Medo faz mulheres adiarem maternidade Próximo Texto: Pediatra desiste de ser mãe Índice |
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