São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Pediatra desiste de ser mãe

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A médica Maria José de Oliveira Araújo abandonou a idéia de ter filhos depois trabalhar por três anos como pediatra neonatal em um hospital do Rio de Janeiro. "Fiquei traumatizada com a maneira com que os médicos tratavam as mulheres pobres", diz. "Eram xingadas, humilhadas."
Maria José, que dirigiu o serviço de saúde da mulher na administração Luiza Erundina e hoje preside o Coletivo Feminista, diz que durante muitos anos sonhou que estava grávida e que se recusava a ir ao hospital.
O tema da violência contra a mulher nos serviços de saúde será um dos temas do 8º Encontro Internacional Mulher e Saúde, que começa domingo no Rio de Janeiro. Mais de 750 mulheres de todos os continentes estarão presentes.
Um dos debates tratará da "medicalização do corpo e novos controles sociais". Sem direito a um pré-natal adequado, sem informação e sem acesso a meios contraceptivos, as mulheres são humilhadas no parto. "Na maioria dos serviços públicos, a mulher é violentada", diz Maria José.
(AB)

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