São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Energia elétrica vai subir 14% em julho

DE BUENOS AIRES

A argentina Eseba (Empresa Elétrica Bonaerense) vai ser privatizada em meados deste ano, pondo fim aos subsídios às contas de baixo consumo de energia.
Na tabela tarifária para a privatização, há um aumento de 14% programado para julho para os consumidores de até 80 kw/h. O aumento atingiria os 18% no ano de 2002. Os consumidores de até 40 kw/h, que estão isentos, terão de pagar pelo consumo.
Por outro lado, os consumidores de mais de 800 kw/h terão suas tarifas reduzidas em 6%, em meados do ano, e em 43%, em 2002.
Investimento e lucro
As empresas concessionárias são lideradas por empresas estrangeiras -franceses, italianos e espanhóis são maioria-, com participação de capital argentino, geralmente de bancos e indústrias.
A Telecom, que detém o monopólio dos telefones no norte do país, tem como principais acionistas o grupo italiano Stet (32,5%) e o francês France Cables (32,5%). Depois vêm o grupo local Perez Companc (25%) e outros participantes (10%).
No sul do país, o serviço é exclusivo da empresa Telefónica, estatal espanhola recém-privatizada.
As duas empresas se comprometeram a investir US$ 10 bilhões na infra-estrutura da rede.
Cada uma declara ter lucros anuais de aproximadamente US$ 800 milhões.
A francesa Lyonnaise, que domina 30% da distribuição de água na Argentina, tem comprometidos US$ 5,8 bilhões em investimentos em obras, como centrais de tratamento e rede de esgoto.
Com faturamento anual na Argentina de US$ 550 milhões, a Lyonnaise está de olho nas privatizações no Brasil, onde já opera em Limeira (SP).
As empresas concessionárias de eletricidade têm previstos investimentos de US$ 1 bilhão. O lucro em quatro anos de operação foi de US$ 500 milhões para a Edesur e de US$ 600 milhões para a Edenor.
Um consenso entre consumidores, governo e empresas aponta que todos os serviços melhoraram com a privatização.
Um exemplo: na época estatal, havia em média 13 cortes de luz ao ano, o que representava 22 horas anuais no escuro. Agora, a média é de 3,4 cortes, ou seja, 5 horas.

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