São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Os novos chefes

TELÊ SANTANA

O polêmico episódio envolvendo patrocinador, diretoria e jogadores do Corinthians nesta semana nos obriga a refletir sobre um assunto cada vez mais comum no atual futebol brasileiro.
Marcelinho reclamou da marcação de um amistoso com o Vitória, alegando que os atletas sofreriam um desgaste muito grande numa semana de partidas importantes para o time. Isso revoltou o patrocinador, idealizador e promotor do jogo.
Quem tem razão?
Marcelinho está no seu direito de atleta. Mas ele precisa entender que os clubes, no caso o seu Corinthians, precisam e dependem hoje em dia das empresas. O futebol não vive mais de renda.
Aliás, os jogadores também já estão dependendo dessas mesmas empresas para renovar seus contratos e receber os salários em dia.
Assim, acho que eles devem obedecer todas as exigências de seus novos chefes, desde que elas sejam cabíveis. Vão jogar onde eles mandam mesmo. Não há outra alternativa.
As empresas estão investindo muito no futebol e esperam um mínimo de retorno.
Nesse caso, só não concordei com as declarações do assessor de imprensa do patrocinador do Corinthians, dizendo que o Marcelinho estava boicotando o Túlio.
Não é o papel dele, que está, de certa forma, censurando o treinador e o grupo de jogadores.
*
É possível que esse clima desfavorável que envolveu o Corinthians influa negativamente no time que enfrenta o Palmeiras hoje, no clássico paulista.
De qualquer forma, deve ser um grande jogo. O Palmeiras vem bem, e o Corinthians se reforçou consideravelmente.
Hoje, são os dois grandes candidatos ao título estadual.
*
Gostei das duas mudanças que serão oficializadas no futebol.
A proibição de qualquer recuo para o goleiro e a limitação do tempo de bola nas mãos dos arqueiros.
Volto a repetir. O futebol precisa se modernizar, assim como acontece com os outros esportes.

E-mail: tele@wgserver.cyberland.com.br

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