São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Elevador chinês é uma aventura

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

Estrangeiros vivendo na China se deparam com diversos problemas, mas estes nunca se comparam aos enfrentados por pessoas que dependem dos elevadores do país, diz o "WSJ". Paul Swenson, por exemplo, um corretor de imóveis de 30 anos que trabalha em Xangai, leva às vezes até uma hora para chegar ao 11º andar do prédio em que mantém um escritório.
Segundo o "WSJ", o elevador de Swenson chia, geme e algumas vezes mergulha, de repente e vertiginosamente, diversos andares.
O elevador quase nunca pára nos andares desejados e, não raramente, percorre diversos andares sem parar nenhuma vez.
Swenson contou ao jornal nova-iorquino que, uma vez, perdeu um importante cliente australiano porque chegou atrasado a uma reunião de negócios após ficar 45 minutos preso no elevador.
Alguns elevadores residenciais param de funcionar à meia-noite, outros alternam os andares em que param para pegar e deixar passageiros, e há ainda os que servem como "beijódromos".
Razão histórica O "WSJ" informa que, entre as razões que explicam o estado precário dos elevadores chineses, uma é histórica.
Os elevadores modernos, e confiáveis, só apareceram na China no final da década de 70 (quando se deu início às reformas pró-capitalismo no país).
Até então, predominavam aparelhos de fabricação chinesa, normalmente de péssima qualidade. Muitos desses velhos elevadores ainda operam e continuam a deixar centenas de mortos e feridos a cada ano. Mas a falta de segurança é apenas um dos defeitos que marcam os elevadores na China.
Sheila Melvin, empresária que viveu em Xangai, nunca soube o que esperar do elevador do prédio em que morava, disse ao "WSJ".
Leite
Algumas vezes, o elevador parava em cada andar para que a ascensorista pudesse distribuir leite para os condôminos. Outras, ficaria preso por longos períodos no último pavimento, para, ao chegar ao chão, revelar a ascensorista e seu namorado a trocar tórridos beijos.
Segundo Melvin, a única coisa previsível sobre seu elevador era a hora em que ele parava de funcionar. Todos os dias, à meia-noite.

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