São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Trocada por outro homem

Ser trocada por um homem pode representar a morte para algumas mulheres. Foi o que quase aconteceu com a farmacêutica J.F., 42, que teve anorexia nervosa e depressão depois que seu marido foi morar com um homem.
"Quando soube, tive uma reação muito forte. Não conseguia mais comer, vomitava tudo", conta. "Senti-me enganada. Foi como se meu casamento de dez anos tivesse sido uma mentira", diz J.F.
"Não entendia como aquilo tinha acontecido. Nós tínhamos uma vida feliz e três filhos. Nossa vida sexual não era uma maravilha, mas eu achava que isso era normal depois de dez anos casados", conta J.F.
"No último ano, meu marido nunca queria fazer sexo, estava sempre chegando tarde. Comecei a pensar em amantes, mas nunca desconfiei de que ele era gay."
Depois de perder treze quilos, J.F. teve de fazer tratamento contra anorexia e depressão.
Depois do choque, veio a revolta. "Fiquei com ódio da falta de honestidade do meu ex-marido. Ele nunca mencionou que tinha tendências homossexuais. Foi bem na época em que estourou o negócio da Aids. Ele poderia ter me contaminado."
"Meus filhos também se revoltaram contra o pai, não queriam mais vê-lo."
Depois de sete anos, J.F. diz ter superado o "golpe". "Minha vida já voltou ao normal, mas fiquei desconfiada dos homens."

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