São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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TV paga ainda não ameaça grandes redes

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Embora já tenham alcançado 1,7 milhão de assinantes, as TVs pagas ainda não representam uma ameaça para as redes de televisão aberta estabelecidas no país (Globo, SBT, Band, Manchete, Record e CNT).
Segundo levantamento feito pelo Ibope em São Paulo, no início da semana, a televisão convencional, de programação aberta, tem 75% de audiência no horário nobre (20h), contra 1% de audiência dos canais pagos.
O dado foi revelado à Folha por Carlos Augusto Montenegro, diretor-presidente do Ibope. A partir de maio, o instituto começa a medir a audiência dos canais pagos no Brasil, como já vem fazendo na Argentina e no México.
Os números obtidos pelo Ibope confirmam o diagnóstico feito na semana passada pelos dirigentes da Globo, SBT, Bandeirantes e Record durante seminário realizado, em São Paulo, pela revista "Pay TV".
"A guerra de mercado criada pelas TVs pagas não passa de jogada de marketing para atrair publicidade. O Brasil é um país pobre e não acredito que elas venham a se tornar um concorrente de peso para as TVs gratuitas", afirmou Guilherme Stoliar, vice-presidente da SBT.
Segundo Stoliar, quando as TVs pagas chegarem a 6 milhões de assinantes -o que se prevê para o ano 2000- as TVs gratuitas estarão chegando a algo em torno de 40 milhões de residências. Atualmente, o número de residências com aparelho de TV é de 34 milhões.
O diretor-geral da Bandeirantes, Rubens Furtado, admitiu que as redes de TV chegaram a se assustar com a chegada da TV paga. "O tempo provou que o susto foi exagerado", disse.
Montenegro diz que esse domínio quase absoluto da chamada TV aberta não vai durar muito. Segundo ele, a TV paga cresce de forma geométrica, enquanto a aberta está limitada ao crescimento populacional, pois já chega a mais de 90% dos lares.
Até agora, a TV aberta foi mais beneficiada do que prejudicada pela TV paga, porque os sistemas de TV a cabo são obrigados a transmitir a programação local das emissoras convencionais.

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