São Paulo, domingo, 16 de março de 1997
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Motel dá máscaras para disfarce de casais

RICARDO AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um motel de Brasília, inaugurado na noite de anteontem, transformou o que poderia ser um fetiche em uma forma curiosa de preservar a privacidade dos seus clientes.
Como não tem garagens privativas, o Fantasy resolveu distribuir a seus frequentadores máscaras coloridas como disfarces.
Ao chegar ao motel, os clientes recebem, junto com as chaves do quarto, máscaras descartáveis de papel -vermelhas para as mulheres e azuis para os homens.
"Recomendamos a todas as pessoas que usem as máscaras", afirma Claudio Henrique de Faria, um dos proprietários do Fantasy.
O apetrecho não fica restrito aos frequentadores. Todos os funcionários (cerca de 40) trabalham mascarados.
A idéia surgiu graças ao código de posturas do governo do Distrito Federal, que não permite a construção de garagens na área do SIA (Setor de Indústria e Abastecimento), onde está o motel.
"A partir daí, resolvemos usá-las como a própria marca do motel", disse Faria. O desenho das máscaras virou logotipo e está no letreiro luminoso, nos chaveiros e no cardápio do Fantasy.
As máscaras não têm qualquer referência ao estabelecimento. "Alguém pode esquecer de jogar e acabar arranjando problemas em casa", lembra, rindo, Faria.
A preocupação com a privacidade vai além dos disfarces. O motel fica em um prédio com a forma de um disco, com corredores circulares. Todos os clientes vão para os quartos ou para a saída no sentido anti-horário.
"Para os que entram, a tendência é ver quem está saindo pelas costas", diz Faria.
Sex shop
Outra inovação levada para Brasília pelo Fantasy é o sex shop com "show room" bem na entrada do corredor principal. Os principais itens à venda, a maioria comprada em São Paulo, são camisinhas fosforescentes, algemas, chicotes, pênis artificiais e cremes eróticos.
Segundo Faria, seu estabelecimento é o primeiro a ter um sex shop na capital. "A vitrine na entrada deve estimular os clientes a pedir os produtos, que são entregues no quarto."
Além da loja e das máscaras, Faria aposta na localização e no preço para o sucesso do Fantasy. O motel fica a pouco mais de cinco minutos do centro de Brasília.
"Nossos preços são equivalentes a um terço do que cobra a concorrência, em média", afirma.
Faria acredita que a combinação desses fatores vai aumentar a rotatividade do motel, fazendo com que se torne uma referência para as famosas "rapidinhas".
O investimento total no Fantasy, o quarto estabelecimento da rede Playtime de motéis em Brasília, chegou a R$ 2 milhões.

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