São Paulo, domingo, 23 de março de 1997 |
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Lucro bruto chegou a 275%
LUCAS FIGUEIREDO; HUMBERTO SACCOMANDI
Em depoimento à Procuradoria da República de Turim, o mafioso Antonio Scambia revelou que 1 kg de cocaína era comprado a US$ 5.000 na Colômbia e revendido a US$ 18.750 a "atacadistas" na Itália. O "pool" formado pelas famílias mafiosas Mazzaferro, Morabito, Barbaro, Ierinó e Pesce trazia a droga da Colômbia, mas não revendia o produto no varejo. Após chegar à Itália, a cocaína era repassada a distribuidores ou estocada para comercialização futura. Arrependido Ao delatar a participação de seus sócios no tráfico, o "arrependido" Scambia comenta os valores negociados. "Alfonso Caruana (um dos organizadores do 'pool') indicou que o preço por quilo era de US$ 5.000", afirmou Scambia. Delatando negócios de Antonio Zanetti, outro traficante italiano, Scambia contou que a droga trazida da Colômbia era vendida a grandes distribuidores por 30 milhões de liras o quilo -cerca de US$ 18.750. Tendo como base os valores de compra e venda revelados por Scambia, é possível calcular quanto os mafiosos movimentaram entre 91 e 94, período no qual importaram 11 toneladas de cocaína. Pelo preço de "tabela", os carregamentos da droga feitos nesse período teriam custado US$ 55 milhões. A cocaína teria sido revendida a US$ 206,25 milhões -com um lucro bruto de US$ 151,25 milhões- não fossem as perdas causadas com a apreensão de duas remessas na Itália e no Brasil. Prejuízo Como todo negócio de alto risco, o tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa permite ganhos elevados mas também prejuízos. Ainda tendo como base a "tabela", os mafiosos teriam perdido US$ 27,5 milhões no carregamento de 5,5 toneladas de cocaína apreendido em março de 94 pela polícia italiana em Borgaro Torinese, próximo a Turim. (LF e HuSa) Texto Anterior: Zanetti era faz-tudo do crime organizado Próximo Texto: Ministros de FH; Uma grande idéia; El Rey do Sertão; Procon neles; A fogueira da ignorância histórica; Um governo forte demais para o gosto do PFL; O risco do BNDES trocar ouro por bananas; Lu Menezes; Bluma W. Vilar; Tenório Miranda Índice |
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