São Paulo, domingo, 23 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Moto-táxi vira nova febre no interior de SP

LUCIANA CAVALINI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os serviços de moto-táxi estão virando a nova febre de transporte no interior do Estado. Usuários tradicionais de ônibus e táxis estão aderindo ao novo sistema.
Em Barretos (438 km de SP), os moto-táxis já se tornaram uma opção de transporte incorporada ao cotidiano dos moradores.
O novo sistema de transporte já foi aprovado pela Câmara. Em fevereiro, o prefeito Uebe Rezeck (PMDB) divulgou um decreto regulamentando o sistema. De acordo com o decreto, para serem usadas no serviço as motos precisam ter placas vermelhas e estar licenciadas na prefeitura.
Barretos tem 200 motoqueiros inscritos. O número é bastante inferior aos quase 600 motoqueiros que são empregados pelas 50 empresas que funcionam na cidade.
Segundo as próprias empresas que prestam os serviços de moto-táxi, não há fiscalização.
O proprietário da Moto-Táxi Motocão, Alexandre Faria Marinho, 24, diz que está tentando uma reunião com o comando da PM para pedir mais fiscalização.
"Tenho 11 motoboys na empresa e, apesar de precisar de mais gente para trabalhar comigo, não estou encontrando pessoas que já tenham licença." Ele diz que os motoboys estão gastando entre R$ 300 e R$ 400 para trocar a placa e conseguir a licença.
Rapidez
O vendedor Jorge Luiz Gallo, 35, diz usar o serviço para trabalhar.
"Pego moto-táxi pelo menos quatro vezes todos os dias. É muito mais barato que um táxi comum e mais rápido que tomar ônibus."
As empresas cobram R$ 1 por corrida dentro da cidade durante o dia. Nas corridas fora da cidade, são cobrados R$ 0,20 por quilômetro rodado. Das 22h às 6h, o preço dobra. A passagem de ônibus na cidade custa R$ 0,50.
Devido ao preço baixo, o serviço atende principalmente pessoas que moram na periferia.
A dona-de-casa Marcolina Lima de Camargo Silva, 45, tem carro, mas prefere não usá-lo para ir ao centro da cidade.
"De ônibus, levaria 40 minutos para chegar em casa. De moto-táxi, chego em 10", afirma.
O responsável pela Ciasa, única empresa de ônibus urbano da cidade, que se identificou apenas como Renato, se recusou a comentar o assunto.

Texto Anterior: Marte e eclipse da Lua enfeitam céu hoje
Próximo Texto: Moto é opção para desempregado em Franca
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.