São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997 |
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Mané Silveira troca bebop pelo samba em "Bonsai Machine"
SYLVIA COLOMBO
Para tal projeto, desviado na sua raiz -a concepção original era a de um trio acústico com poucas variações de arranjos-, Silveira contou com a participação de alguns comparsas dentro do cenário da música instrumental brasileira: Paulo Moura (clarinete), Paulo Belinati (violão), Roberto Sion (flauta), Mário Manga (cello), Toninho Ferragutti (acordeão), Swami Jr. (violão), Virgínia Rosa e Ana Amélia (vozes). Diferentemente do primeiro disco do músico, "Sob as Árvores" -vencedor do prêmio Shell de 1993-, "Bonsai Machine" deixa de lado o virtuosismo e alguns exageros jazzísticos e abraça a MPB. Choros, sambas-canção e bossa nova compõem o universo do álbum. "Bonsai" chega -pelo selo Núcleo Contemporâneo- num bom momento da música instrumental brasileira, que só nas últimas semanas teve dois bons lançamentos: "Romançário", de Rodolfo Stroeter e Antonio Madureira, e o primeiro disco do Quarteto Livre. Improviso O disco, gravado ao vivo em seis sessões, na Funarte, soa como uma jam bem-comportada, mas em que os caminhos foram todos trilhados pelo improviso. "Improvisação é algo que se casa com perfeição à música brasileira. Ela é flexível ao ponto de tornar isso viável, até necessário", disse Mané Silveira em entrevista à Folha, por telefone. "Por mais que se tenha uma formação em jazz ou em outro estilo, a tendência do músico brasileiro é de, com o tempo, olhar cada vez mais para os sons do seu país, é um caminho que estou seguindo naturalmente", completa. O show desta noite condensa a formação que deu origem ao disco. Silveira toca ao lado do percussionista Guello e do pianista Paulo Braga. O repertório se concentra no trabalho do disco, composto por nove músicas de sua autoria e ainda canções de Dolores Duran e Joanídia Pereira ("Ternura Antiga"), Tom Jobim e Vinicius de Moraes ("Brigas Nunca Mais") e Luiz Americano ("Intrigas no Boteco do Padilha"). Show: Bonsai Machine Com: Mané Silveira, Guello e Paulo Braga Onde: Centro de Criatividade Teatro Real (r. Treze de Maio, 240, tel. 011/258-5827) Quando: hoje, às 20h Quanto: entrada franca Texto Anterior: Baden convida Caetano, Gil e Chico para gravar novo disco Próximo Texto: Manchete ameniza a volúpia de noviças em "Xica da Silva" Índice |
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