São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
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Prefeitura do Rio pede apuração ao BC

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura do Rio iniciou contra-ofensiva para provar que não cometeu qualquer tipo de irregularidade na venda de títulos públicos desde que Cesar Maia (PFL) assumiu o cargo, em 1993.
Para isso, o sucessor de Maia, Luiz Paulo Conde (PFL), pediu ontem ao presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, que investigue as operações com títulos da dívida municipal realizadas pela prefeitura desde 1º de janeiro de 1993.
Além disso, o vereador Eduardo Paes (PFL-RJ), aliado de Maia e Conde, pediu a abertura de uma CPI para investigar as emissões de títulos públicos desde 1988.
"Foi um pedido do próprio prefeito (Cesar Maia) para apurar possíveis irregularidades também na gestão dele", disse Paes.
O período das investigações da CPI incluem a gestão de Marcello Alencar (PSDB), desafeto político de Maia, na Prefeitura do Rio.
O objetivo é investigar o chamado "escândalo das carioquinhas", que se refere a supostas irregularidades com emissão de títulos municipais envolvendo o filho do governador e atual secretário estadual de Planejamento, Marco Aurélio Alencar. Marco Aurélio já foi denunciado pela Procuradoria da República como um dos responsáveis pelas operações.
O ex-prefeito Cesar Maia disse que as operações irregulares de títulos "não passaram nem perto da Prefeitura do Rio" e esclareceu por que elas se chamam "tafa".
"Por serem operações de 'esquenta-esfria' (títulos têm valores aumentados e diminuídos artificialmente) ganharam esse nome porque o goleiro (Taffarel) tinha fama de pé-frio na seleção."
O secretário interino da Fazenda do município, Renato Villela, disse que a Prefeitura do Rio "jamais emitiu títulos públicos para pagamento de precatórios judiciais". Segundo ele, essas dívidas têm sido pagas com o caixa do município.
Segundo Villela, diferentemente do Estado e de outros municípios, a Prefeitura do Rio tem autorização do BC para operar seus títulos.
A maioria dos títulos vem sendo comprada pelo fundo de liquidez da prefeitura. O fundo, então, utiliza os títulos para pagar fornecedores e empreiteiras, fazendo algumas vendas ao mercado, como as duas feitas com a corretora Valor, no total de R$ 5,89 milhões.

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