São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
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Inflação está estável em 0,16%, diz Fipe

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação em São Paulo se manteve estabilizada em 0,16% na terceira quadrissemana de março, mesmo percentual da anterior, conforme dados divulgados ontem pela Fipe.
A taxa está sendo determinada por dois itens: alimentos e vestuário. Os alimentos estão com forte aceleração, enquanto os preços de vestuário, devido às liquidações, estão no fundo do poço.
A queda no setor de vestuário, portanto, compensa a alta dos alimentos. Ao contrário do que ocorreu nos 30 primeiros meses do Plano Real, os aumentos atuais no setor de alimentos estão todos relacionados à cesta básica.
A pesquisa da Fipe mostrou que dos oito itens que mais estão pressionando a inflação, sete são alimentos e seis são integrantes da cesta básica.
Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, diz que os paulistanos pagaram, em média, 1,48% mais pelos alimentos na terceira quadrissemana, contra 1,38% na anterior.
A Fipe considera como terceira quadrissemana a comparação dos preços médios dos últimos 30 dias, até 23 de março, com os 30 imediatamente anteriores.
O setor de vestuário continua segurando a taxa de inflação. Nos últimos 30 dias, os preços de roupa e calçados recuaram 4,2%, com destaque para roupa de mulher (-6,82%).
No próximo mês, o comportamento de alimentos e vestuário deve se inverter. Enquanto esse último item voltará a subir, com a chegada às lojas das roupas da nova estação outono-inverno, os alimentos tendem a novo recuo.
Nos demais setores pesquisados pela Fipe, as alterações de preços foram pequenas.
Gás
O recente aumento de gás já está influenciando a taxa de inflação, mas a baixa nos reajustes de aluguel compensou essa alta.
Já o setor de despesas pessoais vive a "ressaca após o Carnaval", diz Heron do Carmo. Tradicionalmente aumentam no período de Carnaval, mas recuam semanas depois.
O economista da Fipe acredita que a taxa de inflação de março vai recuar para 0,10%.
Em abril, apesar da reversão de tendência de alta dos alimentos, a taxa sobe para 0,50%.
A pressão virá de vestuário, e será grande no próximo mês, prevê Heron do Carmo. O setor sairá de uma queda de 4% em março para um reajuste médio de 3% em abril.

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