São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HSBC Bamerindus será o 5º banco do país

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O HSBC Bamerindus nasce com um patrimônio líquido de R$ 1 bilhão. Deve figurar como o quinto principal banco privado do país, disse o diretor de Fiscalização do Bc, Cláudio Mauch.
A nova instituição é qualificada pela diretoria do BC como um banco nacional de capital estrangeiro. Seu controlador é o Banco HSBC, com sede em Londres, que é a segunda maior instituição bancária do mundo em ativos.
Para alguns banqueiros ouvidos pela Folha, e que preferiram que seus nomes não fossem mencionados, o HSBC vai mudar as condições de concorrência no mercado para os grandes bancos nacionais, mas também para os estrangeiros que têm interesse estratégico pelo Brasil.
O HSBC inicia seus passos no mercado já contando com um fôlego de, calculam os executivos, um milhão de clientes ativos e uma rede de 1.241 agências.
É um caso bem distinto do Excel-Econômico. Os sócios estrangeiros do Excel são uma seguradora, a Cigma, e um importante gestor de fundos, a suíço UBP -nenhum dos dois um banco de varejo, caso do HSBC.
A holding HSBC controla o Hong Kong and Shangai Bank Corporation, que tinha 6,14% das ações do Bamerindus. Em 96, o governo tinha autorizado uma participação de até 10%.
Para que a operação fosse concretizada, o presidente Fernando Henrique Cardoso precisou assinar um decreto autorizando o ingresso de capital estrangeiro no país para constituição da nova instituição financeira.
O decreto saiu em edição especial do "Diário Oficial da União". No decreto, FHC qualifica o ingresso do banco como de interesse do governo brasileiro.
O HSBC vai adquirir apenas a parte "boa" do Bamerindus. Os ativos (créditos e bens) e passivos (dívidas e compromissos, inclusive os depósitos dos clientes) da parte "boa" somam R$ 10 bilhões.
Com mais o US$ 1 bilhão trazido pelo HSBC, estará formado o patrimônio líquido (diferença entre ativos e passivos) do novo banco.
Os R$ 400 milhões pagos pela marca Bamerindus serão utilizados para pagar compromissos da parte "ruim" do banco, que ficará sob controle do BC. Esse dinheiro, portanto, não irá para o bolso dos antigos controladores.
O BC indicou como interventor, para cuidar da parte "ruim", Luiz Carlos Alvarez, atual chefe do Departamento de Organização do Sistema Financeiro. Alvarez também foi interventor no Banco Nacional, em 95.

Texto Anterior: Inflação está estável em 0,16%, diz Fipe
Próximo Texto: Leia as medidas sobre a intervenção
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.