São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997 |
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Importação restrita deverá elevar preços
FÁTIMA FERNANDES
Segundo ele, não dá para medir esse impacto, mas ele será diluído com a provável competição com o produto nacional. "Pode ter um impacto sobre preços, mas ele será diluído", disse. O governo anunciou na terça-feira medidas para conter as compras externas que são financiadas em até 360 dias. A partir de agora, o importador vai ter que fazer um depósito no banco, no dia do desembaraço da mercadoria, mesmo se ele tiver prazo para pagar a compra. Na prática, essa operação vai representar uma compra à vista. Mendonça de Barros disse que o governo também não sabe o efeito que as restrições das importações vão produzir no resultado da balança comercial. Supermercados A decisão do governo deve provocar aumento de preços dos produtos nos supermercados e não, necessariamente, queda nas compras externas -que é o objetivo pretendido. Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo), diz que uma opção para os supermercadistas é optar pela importação e cobrar mais pelos produtos. Outra seria a diminuição ou paralisação das importações, o que, na sua análise, também pode desencadear reajustes de preços por conta da falta de concorrência com mercadoria importada. Omar Assaf, presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), acha que a participação dos produtos estrangeiros no faturamento dos supermercados deve cair para 2% a 2,5%. As medidas para conter as importações, afirma Assaf, farão com que as empresas façam uma seleção dos produtos a serem adquiridos no exterior. Laura Carrer da Silveira, gerente de comércio exterior do Sé, conta que a empresa tem prazo de até 90 dias para pagar pelas mercadorias importadas. "Não vamos cortar as compras; por isso, vai sobrar menos dinheiro." O Carrefour informa, por meio da sua assessoria de imprensa, que está avaliando o impacto das novas medidas do governo na sua importação. Heron do Carmo, economista e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, não prevê aumento nos preços. As empresas não devem repassar mais custos para os preços porque sabem que a renda dos consumidores continua estável, disse. Colaborou Fátima Fernandes, da Reportagem Local. Texto Anterior: Leia as medidas sobre a intervenção Próximo Texto: Para Fiesp, a medida é positiva Índice |
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