São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997 |
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Carro importado pode encarecer até 2%
ARTHUR PEREIRA FILHO
A avaliação é de José Carlos Gandini, presidente da Abeiva, a associação que representa importadores de veículos sem fábricas instaladas no país. Os importadores independentes, conta Gandini, tinham até seis meses para pagar os carros. Trabalhavam com cartas de crédito obtidas no exterior, com prazo de 180 dias e juros de 9% ao ano, em média. "Se não for possível usar esse crédito, o custo final do veículo vai subir", afirma. Filiais Segundo Gandini, apenas os importadores com filiais brasileiras -Peugeot, Renault, Chrysler, BMW, Honda- e montadoras já instaladas terão condições de ampliar o prazo de financiamento para 12 meses e escapar do pagamento à vista. Os demais, diz, terão de usar recursos próprios ou buscar crédito no mercado financeiro brasileiro, que cobra juros entre 18% e 24% ao ano. Gandini diz que ainda é cedo para saber se o revendedor vai repassar o aumento de custo para o consumidor. "Vai depender do mercado." Segundo ele, a medida adotada pelo governo era desnecessária. "As importações de carros no ano passado representaram apenas 3% do mercado. O que pesa no déficit da balança é o petróleo." A necessidade de o importador pagar o carro à vista inviabiliza a entrega dos veículos em consignação para as revendas, prática que chegava a 80% dos negócios do setor. Isso, diz Gandini, eleva o custo da manutenção de estoques. Negociação A Peugeot pretende negociar com a matriz a ampliação dos prazos de financiamento na compra dos veículos vendidos no mercado brasileiro. Atualmente a filial brasileira paga os carros em seis meses. Segundo Thierry Peugeot, diretor-superintendente da Peugeot brasileira, o fato de a empresa ser uma filial deve facilitar o acordo. "Temos maior capacidade de reação", diz. Outra opção, diz Thierry, é usar o poder de negociação da matriz francesa para obter melhores taxas e prazos junto a bancos franceses instalados no Brasil. Um financiamento de 361 dias já livra o importador do pagamento à vista. Ele diz que os carros da Peugeot não vão subir de preço. "É melhor absorver uma alta de custos do que repassar o reajuste para o cliente." Texto Anterior: Para Fiesp, a medida é positiva Próximo Texto: Ação derruba tese do 'déficit-bicicleta' Índice |
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