São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997
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Pitt saiu atirando em 'Inimigo Íntimo'

ROALD RYNNING
ESPECIAL PARA A FOLHA

O thriller político "Inimigo Íntimo", de Alan J. Pakula, traz duas das maiores estrelas de Hollywood: Harrison Ford e Brad Pitt. À primeira vista, é de se pensar que a produção de US$ 90 milhões traria a palavra "megahit" estampada. Mas, mesmo antes de o filme ter a chance de chegar aos cinemas, Pitt o criticou numa entrevista controversa à revista "Newsweek".
"Foi a mais irresponsável amostra de como fazer um filme que eu já vi", reclamou o ator, que estava comprometido com a produção muito antes de Ford assinar o contrato e os problemas começarem.
"Nós tínhamos um grande roteiro, que foi abalado por vários motivos." Um deles foi a entrada de Ford. O que havia sido um thriller para um herói repentinamente teve que se adequar a dois superastros. Mudanças profundas no roteiro foram necessárias, e Pitt ficou muito descontente.
Pitt queria deixar o filme, mas o estúdio o ameaçou com uma multa de US$ 63 milhões. Então, ele ficou. Mas, durante as filmagens, houve infinitos relatos de conflitos entre os dois atores.
"Não culpo Pitt por tudo o que ele disse", admite Ford sobre o filme, que traz Pitt como um terrorista irlandês que acaba vivendo nos EUA, com Ford como um policial. "Nós simplesmente não conseguimos desenvolver um roteiro nesse período de tempo que fosse satisfatório para todos os envolvidos. Então, tivemos que começar a filmar sem um roteiro completo. Me senti da mesma maneira que ele, e todos sabíamos que seriam filmagens muito difíceis."
Ford, que ganhou US$ 20 milhões pelo filme, nega que ele e Pitt estivessem batendo cabeça no set. Ao contrário, ele elogia seu co-astro por seus esforços. "Foi duro trabalhar sob aquelas circunstâncias. Acho que ele foi muito experiente. E não houve rivalidade entre nós por mais tempo na tela. Ficaria muito feliz em trabalhar novamente com ele", diz Ford.
"Eu me envolvo muito no processo de redação. E faço exigências, mas elas são sobre a história e sobre o personagem", afirma.
Ford diz não temer passar por cima dos outros. "Acho que respeito suas opiniões e talentos. E não sou ditador, apenas acho que muitas coisas valem a pena ser discutidas. Gosto de fazer o melhor trabalho que posso", diz. "Não é incomum para uma pessoa na minha posição estar envolvida na produção. É meu nome acima do título, e eu não gosto de desapontar meu público", conclui.

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