São Paulo, domingo, 30 de março de 1997 |
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Bariloche esporte total
MARIANE COMPARATO Esquecida pelos turistas no verão, a cidade se transforma em um grande pólo de atividades esportivas e ecológicasÉ inevitável. Pensou em Bariloche, pensou em esqui, neve, inverno. O que o turista não sabe é que, no verão, a região da Patagônia vira palco para as mais variadas atividades, como descer um rio a bordo de um bote de borracha, atirar-se do alto de uma montanha preso num "paraglider" (tipo de pára-quedas), enfrentar terrenos acidentados montado em uma bike, escalar montanhas ou percorrer trilhas. Bariloche fica na província do Rio Negro, na Argentina, e destoa da estepe desértica que a rodeia: coníferas e flores de todas as cores invadem a paisagem. O lago Nahuel Huapi (quer dizer "Ilha do Tigre", em Mapuche), que beira a cidade, também contribui para deixar o clima menos árido. Um pouco ao leste da cidade, encontra-se o "Valle Encantado". Ironicamente, a paisagem pitoresca do vale foi causada pela erosão eólica: o vento sopra quase que ininterruptamente na região. Para fazer "rafting" (descida de corredeiras), o rio mais indicado é o Manso, a 70 km ao sul de Bariloche: suas quedas d'água vão do nível um (quase um lago) ao quatro (para quem tem experiência), dependendo do trecho. Como a qualidade das corredeiras depende da quantidade de neve do inverno anterior, convém informar-se antes de se aventurar no rio. Nas partes mais calmas é possível ver trutas de até 40 cm: a água é incrivelmente transparente e... gelada! Os mais medrosos podem escolher um trecho de nível um e encher os olhos com a paisagem. Por causa do vento, mesmo no verão, quando o sol está fraco ou se esconde, o frio se faz sentir na hora. À noite, a temperatura chega a ser negativa. Mas, em lugar abrigado do vento, pode chegar a fazer 30ºC durante o dia. Agasalhos e um casaco que corte o vento nunca são demais. Noite nas alturas Os aficionados por caminhadas podem dirigir-se ao Club Andino Bariloche, que fornece um mapa com todas as trilhas de "trekking" da região, com as distâncias. Eles orientam para o grau de dificuldade. Alguns desses caminhos podem ser percorridos em mountain bike. Na montanha López, cujo pico fica a 2.076 m de altura, há um "refúgio": é uma casa com sala, dormitório e cozinha, que fica ao fim de uma trilha de 10 km, destinada aos montanhistas que queiram passar a noite lá em cima. Para usar uma cama, paga-se US$ 6 por noite. O turista leva sua própria comida, e pode usar a cozinha quantas vezes quiser por US$ 2. No dia seguinte, os aventureiros descansados podem escalar a montanha até o pico: não são necessárias cordas para a subida. Às vezes, o pico fica acima das nuvens que cobrem Bariloche. A montanha Catedral, que, no inverno, abriga as melhores pistas de esqui, dá lugar no verão a "paragliders", que saltam de uma altura de 2.000 metros. Para quem nunca saltou, o "frio na barriga" é quase certo. Mas vale a pena driblar o medo: um instrutor salta junto e direciona o equipamento. O vôo dura, no mínimo, dez minutos, dependendo do vento. Aqueles que tiverem tempo podem fazer um curso para pilotar o "paraglider" sozinhos, que dura uma semana. Quem não é muito chegado em aventura pode optar pela pesca: os rios estão "infestados" de trutas. Mas não se pode praticar esse esporte a torto e a direito. É preciso tirar uma licença e seguir um regulamento, fornecido pela Dirección de Pesca Continental. Não é preciso dizer que qualquer restaurante de lá oferece truta a preços bem razoáveis. Bem, se o esporte da gastronomia também for a sua, não deixe de provar a carne de veado, outro animal bastante comum naquela região. ACESSO Do Brasil, só há vôos diretos durante o inverno. Nas demais estações, há uma conexão em Buenos Aires (US$ 535 pela Aerolineas Argentinas) para ir a Bariloche. TELEFONES ÚTEIS Club Andino Bariloche (0054-944-24531), Secretaria Municipal do Turismo (0054-944-23022), Dirección de Pesca Continental (0054-944-25160). O Club Califórnia tem um pacote básico de sete dias, por US$ 980 (até 30 de junho). No preço estão incluidos rafting, trekking e alpinismo. Informações: 572-7084. A repórter Mariane Comparato viajou a convite do Club Califórnia e do Hotel Nevada, de Bariloche. Texto Anterior: Trabalho sem estresse Próximo Texto: Natureza presente Índice |
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