São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Governo decide hoje se mantém teto salarial de R$ 10,8 mil

Proposta visa diminuir resistências

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O comando governista da reforma administrativa se reúne hoje para decidir se mantém ou não o teto de R$ 10,8 mil para os servidores públicos dos três Poderes, um dos principais pontos da emenda.
A proposta de alterar a regra prevista no projeto do relator, deputado Moreira Franco (PMDB-RJ), é uma tentativa de diminuir as resistências entre os próprios deputados governistas e votar a emenda na Câmara a partir de quarta-feira.
A alternativa seria permitir o acúmulo do salário com uma aposentadoria, mesmo que o valor ultrapasse o estabelecido na emenda.
A resistência ao projeto parte, principalmente, de parlamentares que somam aposentadoria e salário acima dos R$ 10,8 mil. Formalmente, o governo e o relator não vão apoiar a mudança.
Durante toda a semana passada, representantes do governo e líderes governistas declararam a intenção de manter o valor máximo de pagamento.
A solução seria transferir para os partidos da base do governo a definição quanto a esse dispositivo. Na reunião de hoje, o comando também vai avaliar quantos votos o governo perderia com a insistência de manter o teto.
O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que participa do comando, afirmou que 60 deputados peemedebistas (do total de 98) discordam do teto de R$ 10,8 mil.
"Alterar o teto é uma maneira de tentar viabilizar a aprovação da reforma. Há um risco muito grande de não se aprovar a emenda por causa disso", afirmou Alves.
PMDB
O líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), marcou para amanhã uma reunião da bancada para fechar o número de votos. Para ele, a dissidência é de 16 deputados.
"Se é reforma, temos que enfrentar algum tipo de privilégio, cortando nossa própria carne", afirmou Geddel.

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