São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Itamar admite "eventual" candidatura à Presidência
WILLIAM FRANÇA
Itamar não quis se declarar candidato neste momento. "Até porque ninguém é candidato por si mesmo", afirmou o ex-presidente, que não está filiado a partido. "Vou ouvir os segmentos da sociedade, os vários partidos, vou ouvir sobretudo o meu Estado (Minas Gerais). Depois de aferir todo esse condicionamento, é que vou definir a minha candidatura." Foi Itamar, em conversa com FHC no Palácio da Alvorada anteontem -que incluiu canja de galinha como jantar-, quem estipulou o prazo de saída da OEA, onde está desde setembro de 96. Segundo o ex-presidente, FHC pediu que ele ficasse até setembro. Itamar preferiu junho. "O prazo é para encerrar alguns trabalhos na OEA e cuidar da minha transferência para o Brasil, com meus assessores", disse o ex-presidente. Na conversa, ao anunciar sua eventual candidatura, Itamar afirmou que FHC lhe disse: "Acho normal, natural e no seu lugar faria o mesmo, pensando sempre no Brasil". Segundo Itamar, FHC afirmou que uma possível candidatura não abalaria o "relacionamento e o respeito mútuo" entre os dois e que o futuro pode "indicar um caminho comum". Itamar ontem recebeu convite para filiar-se ao PFL. Mas estuda a sério mesmo convites do PSB e do PMDB. Tanto que, nos próximos 15 dias, vai manter contato com políticos desses partidos -além de conversas com o PT e o PC do B. Ontem, Itamar evitou fazer queixas do governo FHC. Disse apenas que, na conversa com o presidente, apontou duas decepções: a aprovação da reeleição e a insistência em vender a Vale do Rio Doce. "São dois erros históricos." O nome mais provável para substituir Itamar na OEA é o do embaixador Flávio Perri, organizador da conferência Eco-92. Texto Anterior: Requião defende a candidatura de Lula Próximo Texto: Governo pretende manter CPMF em 98 Índice |
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