São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Covas na mira

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Mário Covas deu a cara para bater, como bom moço tucano, e tudo parecia estar bem. Até acordarem para o fato de que não prometia maior ação contra as cenas "estarrecedoras".
Desde o Onze e Meia que só ouve críticas. Querem a demissão do secretário de "insegurança", no dizer de Jô Soares. Pior foi uma entrevista ao vivo, na CBN. Covas foi acuado pelos âncoras, a ponto de perder a composição que vinha apresentando. Chegou a ser acusado de temer a corporação policial.
Precisou ser socorrido, ainda ontem, por José Serra, colega tucano. O senador elogiou a sua "atuação séria, consistente", em discurso na TV Senado, em contraposição aos ataques de Sérgio Motta, tucano não muito colega.
Por outro lado, o governador, que sabe bem o que restou de Eduardo Azeredo, também colega tucano, quando este viajou enquanto morriam dezenas de mineiros sob chuva, tratou de mandar o vice em seu lugar para a Europa, como deu a Globo.
Os tucanos aprendem, com o tempo e o exemplo.
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Surge a primeira voz dissonante, mas nem tanto. Um pefelista paranaense discursou na Câmara em favor da "imagem" da Polícia Militar, segundo a CBN.
Disse que a condenação aos policiais paulistas está vazando para os outros Estados. Sem motivo.
*
Roberto Requião deixou a cobertura. Não apenas pela concorrência policial, mas por clara contenção. Ontem, o mais que "informou" da CPI foi que precisa de tempo. Ganhou nota na Globo.
Recuo tático ou acomodação à realidade, chegou ao fim do dia com elogios de ACM, dizendo que o relator está "prestigiado".
Mas foi ouvir ACM e Requião surgiu no TJ defendendo Lula contra FHC, em 98. Ele não se aguenta.

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