São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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11 são presos acusados de orgia com menores

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Também foi decretada ontem a prisão administrativa de dez policiais militares acusados de praticar orgias dentro das instalações da 2ª Companhia do 26º Batalhão da Polícia Militar, em Mairiporã, na Grande São Paulo.
A informação foi confirmada ontem à noite pelo tenente-coronel Paulo Régis Salgado, assessor de relações públicas da PM.
Os envolvidos são os sargentos Cícero Jair Gaviolli e Vicenzo Rizzuto Neto, os cabos Antonio Carlos de Oliveira, Ariovaldo Aparecido Maurício e Célio Gomes e os soldados Marcos Antonio da Silva Pereira, Agenor de Souza Aquino, Paulo Cezar Machado, Greisson Carlos Moreira e Jonas Antonio dos Santos. Eles negam.
Os dez foram levados ontem para a Corregedoria da Polícia Militar, onde se submeteram a reconhecimento por parte de três garotas (de 15, 16 e 19 anos), que teriam participado das orgias. A maior parte dos PMs foi reconhecida.
Segundo a Folha apurou, as meninas não são garotas de programa e moram em Mairiporã. Além das três que estiveram ontem na corregedoria, outras participavam das "festas", a maioria menor.
As festas noturnas aconteciam há cerca de três meses, quase todas as vezes em que esses policiais estavam de plantão.
O caso foi descoberto quando moradores da cidade fizeram denúncias ao subcomandante do 26º Batalhão, capitão Ércio.
Segundo as denúncias, os carros de polícia da 2ª Companhia sempre circulavam com mulheres dentro. Ainda segundo os moradores, quase sempre as mulheres entravam na companhia.
O capitão passou a investigar o caso até encontrar uma garota de 15 anos que contou toda a história.
A garota tinha em seu poder fotos que ela tirou durante essas festas. As fotos, que mostram diversas situações, como sexo oral ou um casal fazendo sexo dentro de carros da polícia, estão em poder do comandante do batalhão.
Em algumas fotos, os policiais aparecem fardados.
Banheira do Gugu
A Folha apurou ainda que durante as festas Rizzuto e Machado retiravam suas medalhas de honra ao mérito e as jogavam dentro de uma banheira cheia d'água.
Os PMs e as garotas entravam na banheira e simulavam um quadro apresentado no programa de Gugu Liberato, quando um homem tenta apanhar sabonetes e uma mulher tenta atrapalhar.
Além das orgias, dois sargentos Gavioli e Rizzuto chegaram a espancar uma das garotas, a de 15 anos. Gavioli teria espancado a garota porque ela não queria ter relações sexuais com ele.
Depois de agredi-la, a teria estuprado. Depois, quando o caso passou a ser investigado, Rizzuto teria espancado a mesma garota.
Carlos Humberto Barrense Lima, advogado da Associação dos Cabos e Soldados da PM e defensor dos policiais, afirmou que eles negam qualquer acusação. "Ele dizem que isso não é verdade."
O advogado reconheceu que existem fotos, mas afirmou que em nenhuma delas aparece o rosto de alguém ou farda.

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