São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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É outra mancha na PM, diz secretário

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, disse que o caso dos dez policiais de Mairiporã acusados de participar de uma orgia com três garotas num quartel "é mais um caso que mancha a PM".
O secretário prometeu que a PM vai apurar a história "sem corporativismo". Ele também afirmou que os casos de Mairiporã e de Diadema são uma exceção dentro do padrão de conduta da PM.
Para ele, a imagem da PM tem de ser resgatada. "O secretário é passageiro, mas a corporação fica", afirmou. Apesar da declaração, Silva negou estar demissionário.
O comandante-geral da PM no Estado, coronel Claudionor Lisboa, afirmou que as denúncias representam "a negação dos ensinamentos da corporação".
Lisboa repeliu críticas ao fato de, como no caso de Diadema, a PM ter demorado para descobrir a orgia no quartel. Ele afirmou que a corporação tornou pública a orgia assim que teve conhecimento do fato. "Precisávamos da materialidade das fotos para abrir o caso."
Segundo o coronel Valdir Suzano, comandante da PM na região nordeste -que engloba 16 municípios, inclusive Mairiporã-, a denúncia só chegou ao seu conhecimento no fim-de-semana.
Na segunda-feira, afirmou, foi aberto um inquérito administrativo interno na PM. A polícia diz ter em mãos várias fotos que mostram os PMs com garotas -uma delas menor de 16 anos.
Em apenas uma das fotos, disse Suzano, aparece um PM fazendo sexo oral com uma das garotas. O nome do PM que apareceria nessa foto não foi revelado. A Folha apurou que mais policiais teriam participado da orgia.
Ele afirmou que não há evidências de que os dois sargentos presos, Cícero Jair Gaviolli e Vicenzo Rizzuto Neto, tenham participado da orgia.
Os dois foram presos porque eram os responsáveis pelo plantão no dia da orgia e teriam sido coniventes com a entrada das moças.
Ele não descartou a hipótese de que mais policiais tenham participado da "festa".
Também não descartou a possibilidade de os policiais envolvidos no caso terem promovido mais de uma orgia. "Ainda estamos investigando essas hipóteses", disse.
Em 15 dias a PM deve divulgar sua decisão interna sobre os envolvidos no caso. A demissão ou expulsão dos policiais é tida como muito provável na corporação.

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