São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Aids atinge mais de 100 mil
DANIELA FALCÃO
A diferença entre o número de casos notificados e o número real de doentes é fruto da lentidão de alguns Estados em passar os dados para o governo federal e do receio que alguns portadores do vírus ainda têm de comunicar que estão doentes à rede pública de saúde. "A subnotificação está caindo, mas acreditamos que 30% dos casos ainda não sejam reportados", afirmou Pedro Chequer, coordenador do Programa Nacional de DST/Aids. Houve um crescimento de notificações muito grande no último trimestre -9.709 novos casos. Segundo Chequer, o aumento não significa que tenha havido uma explosão da doença e sim uma queda na subnotificação. "Como a rede pública passou a distribuir gratuitamente o coquetel usado para combater a doença, muita gente que escondia ser portador da Aids resolveu aparecer." Embora ainda seja cedo para afirmar que a distribuição do coquetel está reduzindo o número de mortes, Chequer afirmou que já há indícios de que a qualidade de vida dos pacientes está melhorando. "Em São Paulo, começa a ser registrada uma queda no número de leitos ocupados por portadores da Aids. Isso significa que os pacientes estão tendo menos doenças oportunistas e vivendo melhor, sem precisar ser internados." São Paulo continua sendo o Estado com mais casos notificados (53.572), seguido por Rio de Janeiro (15.171) e Minas Gerais (6.759). O município com maior incidência da doença também continua sendo Itajaí (SC), onde há 574,7 casos para cada 100 mil habitantes. Camboriú, outra cidade do litoral catarinense, ultrapassou Santos (SP) e ocupa a segunda posição, com coeficiente de incidência de 535,9. Santos tem 524,3. "Santos foi um dos primeiros municípios a adotar campanhas de prevenção, há oito anos. Os resultados começam a fazer efeito." Entre as crianças (3.312 ao todo), 75% adquiriram o vírus de suas mães (transmissão perinatal). Para reduzir esse tipo de contaminação, o Ministério da Saúde está distribuindo AZT às maternidades. (DF) Texto Anterior: Surto de cólera mata 1 em Pernambuco Próximo Texto: CNPq pode obter indenização de R$ 78 mi Índice |
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