São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Aids atinge mais de 100 mil

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até 1º de março último, foram registrados 103,2 mil casos de Aids no país, embora o Ministério da Saúde calcule que haja pelo menos 140 mil pessoas com a doença. Até novembro passado, haviam sido notificados 94,9 mil casos.
A diferença entre o número de casos notificados e o número real de doentes é fruto da lentidão de alguns Estados em passar os dados para o governo federal e do receio que alguns portadores do vírus ainda têm de comunicar que estão doentes à rede pública de saúde.
"A subnotificação está caindo, mas acreditamos que 30% dos casos ainda não sejam reportados", afirmou Pedro Chequer, coordenador do Programa Nacional de DST/Aids.
Houve um crescimento de notificações muito grande no último trimestre -9.709 novos casos. Segundo Chequer, o aumento não significa que tenha havido uma explosão da doença e sim uma queda na subnotificação.
"Como a rede pública passou a distribuir gratuitamente o coquetel usado para combater a doença, muita gente que escondia ser portador da Aids resolveu aparecer."
Embora ainda seja cedo para afirmar que a distribuição do coquetel está reduzindo o número de mortes, Chequer afirmou que já há indícios de que a qualidade de vida dos pacientes está melhorando.
"Em São Paulo, começa a ser registrada uma queda no número de leitos ocupados por portadores da Aids. Isso significa que os pacientes estão tendo menos doenças oportunistas e vivendo melhor, sem precisar ser internados."
São Paulo continua sendo o Estado com mais casos notificados (53.572), seguido por Rio de Janeiro (15.171) e Minas Gerais (6.759).
O município com maior incidência da doença também continua sendo Itajaí (SC), onde há 574,7 casos para cada 100 mil habitantes. Camboriú, outra cidade do litoral catarinense, ultrapassou Santos (SP) e ocupa a segunda posição, com coeficiente de incidência de 535,9. Santos tem 524,3.
"Santos foi um dos primeiros municípios a adotar campanhas de prevenção, há oito anos. Os resultados começam a fazer efeito."
Entre as crianças (3.312 ao todo), 75% adquiriram o vírus de suas mães (transmissão perinatal). Para reduzir esse tipo de contaminação, o Ministério da Saúde está distribuindo AZT às maternidades.
(DF)

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