São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Exame revela bactéria em amostras de soro

MARCELO BARTOLOMEI
DA FOLHA CAMPINAS

O Instituto Adolfo Lutz de Campinas concluiu ontem à tarde a análise de 17 amostras do NPP utilizadas em maternidades da cidade para tratamento de bebês.
Um relatório divulgado à noite pela assessoria de imprensa da Secretaria estadual demonstrou a presença da bactéria Enterobacter cloacae em todas as amostras.
Foram analisadas 16 amostras já utilizadas e uma intacta.
Essa é a primeira conclusão oficial da investigação realizada por órgãos da Saúde depois da ocorrência de dez mortes na cidade.
A secretaria ainda aguarda os resultados da análise de outras amostras e dos produtos utilizados na produção do NPP.
Interdição de produtos
O CRF (Conselho Regional de Farmácia) pediu ontem a interdição cautelar de 34 produtos usados na manipulação do NPP (Nutrição Parenteral Prolongada), que está sob suspeita de ter causado a morte de 28 pessoas no Estado.
O pedido, feito ao CVS (Centro de Vigilância Sanitária) da Secretaria do Estado da Saúde, ainda não foi atendido.
O presidente do CRF, Dirceu Barbano, 31, disse que nenhum laboratório, estabelecimento médico ou farmácia vai poder usar os produtos caso haja a interdição.
A farmácia Tecnopharma, respqonsável pela manipulação do NPP em Campinas, foi interditada na semana passada depois de descobertas as primeiras dez mortes em maternidades da cidade.
Segundo Barbano, são utilizados 14 medicamentos e mais outros produtos, como frascos a vácuo, seringas e equipos (uma espécie de mangueira que serve para transportar líquidos de um recipiente para o outro), na manipulação.
"Naquele dia (22 de março), a Tecnopharma produziu várias bolsas de NPP, cada uma com prescrição médica individualizada", afirmou.
O nome dos produtos não foi divulgado pelo CRF. "Não podemos prejulgar os laboratórios responsáveis pela fabricação dos produtos sem antes termos a análise concluída do Adolfo Lutz", afirmou.
O CVS vai analisar hoje o pedido de Barbano. Se ele for aceito, o órgão vai emitir um comunicado para todo o Estado pedindo a suspensão da comercialização dos medicamentos e produtos.

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