São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Tarifaço eleva pulso local em 61% hoje

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A assinatura residencial de telefone será reajustada em 270% em 19 de maio, enquanto o pulso local subirá 61,11% a partir de hoje, anunciou ontem o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Renato Guerreiro.
O reajuste elevará o valor da tarifa residencial dos atuais R$ 2,70 para R$ 10, não incluídos os impostos. Com isso, o valor mínimo da conta telefônica, já aplicados os impostos, deverá se aproximar de R$ 14, contra os atuais R$ 3,74.
A classe média será a maior prejudicada com os novos preços das tarifas, segundo Guerreiro. "Quem tem telefone individual pagará mais caro", afirmou.
Os reajustes da assinatura e do pulso local são os maiores aplicados sobre as tarifas de telefonia nesta segunda etapa da reestruturação tarifária, iniciada em 27 de novembro de 1995.
A reestruturação tem como objetivo retirar os "subsídios cruzados", sistema de tarifação pela qual um serviço mais caro é compensado por outro mais barato.
Com isso, cada serviço passa a ter o preço real e torna mais atrativo os investimentos privados no setor de telecomunicações.
No caso do Brasil, as chamadas de longa distância (interurbanas e ligações internacionais) subsidiavam até ontem as tarifas urbanas (assinatura e pulso).
O mesmo procedimento corretivo foi adotado na telefonia celular em dezembro, resultando em redução média de 1% no preço dos serviços.
Reestruturação tarifária
As chamadas interurbanas e internacionais, que hoje subsidiam as locais, sofrerão quedas de 46,61% e de 19,88%, respectivamente. Os interurbanos ficam mais baratos a partir de 19 de maio, enquanto que as chamadas internacionais sofrerão redução já a partir de hoje.
A assinatura telefônica de troncos (PABX) e de telefones comerciais subirão 59,23% e 59,29%, respectivamente.
A ficha telefônica e o crédito em cartão indutivo, com direito a três minutos de ligação, serão reajustados em 20% hoje.
No dia 19 de maio, a ficha e o crédito terão o tempo de duração reduzido para dois minutos, o que representará um valor final 50% maior no preço. Com isso, o aumento total da ficha ou crédito será de 80%.
O impacto global da reestruturação tarifária sobre a inflação, segundo o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Bolívar Moura Rocha, será de 0,8%, pelo IPC da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP). Pelo IGP da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o impacto será menor: 0,4%.
Para o sistema Telebrás, a reestruturação tarifária representará aumento de receita de 3,1%, segundo Guerreiro.
Isso representará faturamento adicional para a Telebrás de 8,29% com a telefonia convencional. As receitas com telefone celular móvel cairão em 1%. Mas são as comunicações de dados que terão maior queda de faturamento: 41,85%, o que representará queda na despesa dos usuários.

LEIA MAIS sobre telecomunicações nas págs. 2-3 e 2-11

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