São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Secretários dizem não temer decisão

DA AGÊNCIA FOLHA; DA REPORTAGEM LOCAL

'Lisura' será comprovada, afirma Campos
O secretário da Fazenda de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou, em nota à imprensa, que acha "normal" a quebra de seu sigilo bancário, telefônico e fiscal determinada pela CPI dos Precatórios.
Eduardo Campos -neto do governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB)- foi o responsável pela negociação e contratação do Banco Vetor, sem concorrência, para a emissão dos títulos de Pernambuco.
Segundo o secretário, a decisão "com certeza contribuirá para comprovar, mais uma vez, a absoluta lisura do processo de emissão de títulos pelo Estado de Pernambuco".
Campos disse que todos os documentos relacionados aos seus rendimentos, extratos bancários e ligações telefônicas serão encaminhados "tão logo sejam solicitados".
O secretário da Fazenda de Santa Catarina, Paulo Prisco Paraíso, disse receber com "tranquilidade" a quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico, o que, afirmou, irá confirmar sua "conduta ética".
Depois de ter ficado sabendo da quebra do sigilo, Prisco reuniu-se com o governador Paulo Afonso Vieira (PMDB).
O secretário divulgou uma nota oficial. Paraíso disse, na nota, que "repudia uma possível utilização maledicente da quebra do sigilo por parte dos senadores opositores ao governo de Santa Catarina (Esperidião Amin, do PPB, e Vilson Kleinubing, PFL), que de forma irresponsável vêm manobrando as informações distorcidas através da imprensa".
Paraíso disse estranhar a quebra do seu sigilo pelo fato de que, na época da emissão dos títulos, não ocupava a Secretaria da Fazenda e sim função no gabinete do governador.
O ex-secretário de Fazenda de Alagoas José Pereira de Souza afirmou que "não teme" a quebra do sigilo.
"Já entreguei as minhas cinco últimas declarações de renda e as de minha mulher à CPI, além de ter autorizado, por escrito, a quebra do sigilo bancário. Estou tranquilo. Não temo nada porque é a Justiça que decide os culpados no caso."
O secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Yoshiaki Nakano, não foi localizado pela reportagem da Folha. Nakano estava, ontem, nos EUA.
O governador Mário Covas (PSDB) criticou a quebra do sigilo de Nakano. "A CPI tem o direito, mas é estranho. Ele foi depor e saiu sob elogios generalizados", disse o governador.

Colaborou a Reportagem Local

Texto Anterior: Inquérito vai apurar anúncio da prefeitura
Próximo Texto: CPI apura operação de R$ 21 mi da Funcef
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.