São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997
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Vigia ajuda trio a invadir casa de empresária na Chácara Flora

Moradora disparou o alarme e chamou a atenção da polícia

DA REPORTAGEM LOCAL

A empresária Ana Maria Ribeiro da Silva, 39, viveu duas horas e trinta minutos de desespero na madrugada de ontem, em São Paulo. Ela teve sua casa, na Chácara Flora (zona sul), invadida por dois adultos e um adolescente, que tentaram roubar R$ 160 mil em dinheiro e a sequestraram.
Os acusados foram cercados e detidos por PMs, às 7h. Os depoimentos de João Roberto Rodrigues, 35, e do adolescente F.C.D.L., 17, levaram a polícia à conclusão de que o crime havia sido planejado pelo vigia da casa, João Leite de Moura Neto, 34, primo em segundo grau de outro acusado, José Irineu Leite, 26.
Segundo a polícia, a empresária estava com R$ 160 mil em dinheiro, dividido em envelopes, para fazer o pagamento dos empregados de suas empresas.
Às 4h30, quando seu marido, o representante de vendas José Eduardo David Segantini, 40, saía para o trabalho, foi rendido por dois homens encapuzados e armados. Os dois (João Roberto e José Irineu), segundo a polícia, aguardaram a chegada do adolescente para entrar na casa.
Ana Maria ouviu barulho e trancou-se na casa, acionando o sistema de alarme. Com medo, a empresária chegou a trancar as filhas no guarda-roupa.
Ao sair do quarto onde havia deixado as meninas, ela viu o trio rendendo seu marido e os funcionários da casa, inclusive o vigia.
Preocupada, Ana Maria abriu a porta e deixou o trio entrar. Os três se dirigiram para o local onde estavam os envelopes com o dinheiro.
Acionados pelo alarme, oito carros da Polícia Militar cercaram a casa. Ao avistarem a polícia, os três usaram Ana Maria como "escudo" e foi iniciada negociação.
Ana foi até os PMs e implorou para que eles não usassem de força e a deixassem sair com os marginais. Armados de pistolas 9 milímetros, os marginais obrigaram a empresária a levá-los em seu Honda Civic.
Os PMs iniciaram perseguição e pelo bairro e conseguiram cercar o veículo e prender os autores.
Questionados sobre quem os havia informado que havia dinheiro na casa, Rodrigues e o adolescente disseram aos policiais que o informante "era parente do Irineu."
Ao olhar os documentos de Irineu, a empresária disse que tinha um vigia que tinha o mesmo sobrenome de Irineu: Leite.
O vigia, que permanecia na casa da empresária, foi detido e conduzido ao 11º DP junto com os demais acusados.
Ele negou ter planejado o roubo, mas caiu em contradição segundo o delegado Alfredo Pinto de Souza.
"Ele disse que era primo em segundo grau de Irineu, mas que não o via há tempos. Depois, o Irineu disse que havia se encontrado com o primo naquela semana. Outro fator que depõe contra ele é que o adolescente mora na mesma rua que ele, no Grajaú (zona sul)."

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