São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997
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Grevistas do porto de Santos são feridos em confronto com a PM

Fausto Siqueira

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Policiais tentavam desocupar navios no terminal da Cosipa

Trabalhadores avulsos do porto de Santos (SP) e soldados da Polícia Militar entraram em confronto no final da tarde de ontem em frente à fábrica da Cosipa, em Cubatão (SP).
A PM lançou bombas de gás lacrimogêneo e quatro trabalhadores ficaram feridos, segundo o Sindicato dos Estivadores de Santos.
Os trabalhadores ocuparam na quarta-feira dois navios no terminal privativo da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) e a Polícia Militar recebeu ordens da Justiça para fazer a desocupação.
O confronto começou após a chegada de reforço policial de Santos e de São Paulo para os 45 homens da PM que patrulhavam os portões da fábrica.
Um grupo de policiais do Batalhão de Choque da PM entrou na área da Cosipa e, no início da noite, havia expectativa de que eles pudessem entrar nos navios para fazer a desocupação.
A empresa decidiu que, a partir da última quarta-feira, não mais requisitaria o trabalho dos avulsos e movimentaria as cargas de seu terminal - basicamente, minério, carvão, coque e produtos siderúrgicos - com seus funcionários.
Os grevistas reivindicam o direito de movimentar cargas nos terminais privativos nos portos.
Empresas proprietárias desses terminais pretendem não mais requisitar a mão-de-obra dos avulsos e movimentar as cargas dos navios com pessoal próprio.
Na manhã de ontem, os grevistas em Santos promoveram uma carreata com cerca de 300 veículos.
A carreata saiu da sede do Sindicato dos Estivadores, passou em frente à Prefeitura de Santos e terminou diante da Cosipa, onde cerca de 500 pessoas, segundo o sindicato, se encontram concentradas desde quarta-feira.
O porto de Santos permaneceu parado. Dos 20 navios atracados, somente quatro conseguiram operar, já que utilizavam equipamentos automáticos.
Parlamentares da região negociavam ontem com o governo a suspensão da portaria 94/95, do Ministério dos Transportes, que permitiu à Cosipa adotar a medida de dispensar os avulsos.
Paranaguá
Ontem, cerca de 8.000 trabalhadores do porto de Paranaguá (PR), entre avulsos e portuários, paralisaram as atividades em solidariedade aos estivadores de Santos.

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