São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997 |
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Interrogatórios começam na sexta-feira
MARCELO GODOY; OTÁVIO CABRAL
Ela já marcou o interrogatório dos dez policiais militares acusados para a próxima sexta-feira, dia 11 de abril, às 13h, no Fórum de Diadema. A juíza também ordenou que o cartório providencie cópias dos três volumes do processo aos advogados de defesa. Após esses interrogatórios, a juíza irá marcar os depoimentos das 15 testemunhas de acusação. Entre elas, nove vítimas dos PMs. Depois disso, cada defensor tem direito a indicar oito testemunhas. A juíza tem prazo de 81 dias úteis para encerrar essa fase. Esse prazo pode ser prorrogado caso os advogados de defesa entrem com recursos que atrasem o processo. Passada esta fase, Maria da Conceição tem quatro opções: pronunciar os réus (mandá-los a júri), não pronunciá-los, desclassificar o crime (considerar que não houve homicídio, por exemplo) ou absolvê-los sumariamente. O promotor Blat acha que no máximo em 90 dias os acusados devem ir a julgamento. "Todos estão interessados em julgar esses bandidos de farda o mais rapidamente possível", afirmou o promotor. Denúncias Os soldados Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, é apontado pelo promotor como o autor do disparo que matou Mário José Josino. Os cabos Ricardo Luís Buzeto e João Batista de Queirós e os soldados Maurício Gomes Louzada, Demontier Carolino Figueiredo, Adriano Lima de Oliveira, Paulo Rogério Garcia Barreto e Rogério Neri Bonfim foram denunciados como co-autores dos crimes. Esses nove policiais e o terceiro-sargento Reginaldo José dos Santos foram denunciados por formação de quadrilha armada e abuso de autoridade. Gambra e Silva Júnior, de acordo com a denúncia do promotor, podem ser condenados a 97 anos e um mês de prisão. Mas, pela lei, uma pessoa só pode ficar até 30 anos seguidos presa. Por se tratar de crime hediondo, eles são obrigados a cumprir dois terços da pena em regime fechado. Eles são os dois únicos policiais acusados por todos os crimes registrados por todas as imagens da TV: um assassinato, três tentativas de homicídio, formação de quadrilha armada e abuso de autoridade (leia quadro ao lado). (MARCELO GODOY e OTÁVIO CABRAL) Texto Anterior: Testemunhas são protegidas Próximo Texto: Presidente sanciona sem veto lei sobre tortura Índice |
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