São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997 |
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Rede funciona acima das leis e fronteiras
MARIA ERCILIA
Basta alguns minutos num programa de busca para encontrar conteúdo explosivo na Internet. Receitas de bombas caseiras, pornografia pesada e ódio racial são alguns dos argumentos dos favoráveis à censura na rede. Os vários países têm lidado de formas diferentes com o assunto. A China tem planos de construir uma rede fechada dentro do país, com apenas algumas passagens para a Internet "de fora", controladas pelo governo. O Vietnã também pretende controlar a entrada e saída de informações. Os EUA aprovaram uma lei, nunca aplicada, que criminaliza a transmissão de material indecente pela Internet. O infrator é sujeito a multas de até US$ 250 mil e prisão. O Estado norte-americano atualmente sofre um processo de sociedades de direitos civis devido à essa lei. A decisão da Suprema Corte deve sair em junho. A Justiça norte-americana precisa decidir se a Internet é um meio como o rádio e a TV -regulados pelo Estado, no país- ou se é próximo à imprensa escrita, que goza de liberdade e independência. Soluções técnicas já foram propostas, como os softwares de bloqueio, semelhantes a um bloqueador de TV a cabo. Outra saída é o PICS, padrão semelhante ao de filmes de cinema. Os sites se cadastrariam voluntariamente no PICS, para ser julgados próprios ou não para menores. Estas soluções esbarram em problemas técnicos e ignoram a natureza global da Internet. Além disso, não tocam na característica que torna a Internet tão difícil de regular: a total falta de compromisso de enorme parte daqueles que nela publicam informação. Na mídia tradicional, os veículos têm compromissos a honrar e algo a perder. Na Internet, qualquer um -mesmo um fanático, pedófilo ou um assassino- pode subir no caixote e pregar também. Texto Anterior: Droga do kit é usada no país Próximo Texto: São José elabora relatório sobre soro Índice |
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