São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
'Heranças' organiza percursos artísticos
CELSO FIORAVANTE
"Heranças Contemporâneas", com curadoria da crítica de arte Kátia Canton, estabelece relações entre a produção de 15 artistas emergentes e três de suas principais referências: as obras de Nelson Leirner, Leonilson e Leda Catunda. O mapeamento é resultado da pesquisa "Tendências Contemporâneas", que a curadora vem desenvolvendo desde 1993. As obras de Mila Chiovatto, por exemplo, trabalham com uma ironia que a aproxima de Nelson Leirner. "Não fui aluna dele, mas sempre tive empatia com seu trabalho", disse. Seus trabalhos questionam a utilização da religião no cotidiano. Em "Nossa Senhora do Fogãozinho", por exemplo, a artista brinca com o suplício da mulher diante de um bife queimado. "Disco Voador" mostra uma pequena imagem de Cristo encerrado em dois pratos de alumínio. "O alumínio lembra o brilho fácil da religião. Algo vagabundo, mas sempre atraente", disse. Também no bloco "Nelson Leirner", as caixas de letras de Regina Sposatti exploram as possibilidades artísticas e conceituais da tipografia ocidental. "Letra-Caco", por exemplo, com caracteres de letraset aplicados em vidros partidos, remete às composições tipográficas de Mira Schendel. Embora não encabece nenhum bloco, a presença da artista suíço-brasileira também pode ser notada como referência para Del Pilar Sallum. A artista campineira cria seus objetos enrolando fios de cobres em suas mãos até o limite suportável da dor. "Não é uma flagelação. Trabalho com a questão do corpo que se manifesta no vazio e com o desconforto de várias situações do cotidiano", disse. (CF) Mostra: Heranças Contemporâneas Artistas: Ana Luzia Kalaydjian, Carla Zaccagnini, Cristina Rogozinski, Del Pilar Sallum, Eduardo Valarelli, Fabio Bittencourt, Fernando Spaziani, João Carlos de Souza, João Loureiro, José Rufino, Leda Catunda, Leonilson, Marcos Marchetti, Mauro de Souza, Mila Chiovatto, Monica Rubinho, Nelson Leirner, Regina Sposatti Onde: terceiro andar do pavilhão da Bienal (portão 3 do parque Ibirapuera, tel. 011/573-9925) Vernissage: hoje, às 19h Quando: de terça a domingo, das 12h às 20h. Até 3 de agosto Entrada: grátis Texto Anterior: MAC comemora 34 anos e volta ao prédio da Bienal com seis mostras Próximo Texto: Exposição resgata artista invisível Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |