São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997 |
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Exposição resgata artista invisível
CASSIANO ELEK MACHADO
Aos poucos, Italo Cencini e sua obra se tornaram "invisíveis". A Casa das Rosas abre hoje exposição com 130 trabalhos realizados pelo artista ao longo de sua carreira. A exposição inaugura a série "Resgates Culturais", que pretende montar, anualmente, uma exposição de trabalhos de artistas "paradigmáticos" que foram "apagados" da história. "Essa é a exposição mais difícil que a Casa das Rosas já produziu", escreve o diretor do museu José Roberto Aguilar, no texto de apresentação da mostra. "Recriar a atmosfera estética dos anos 50 às vezes é mais difícil do que rever a estética do homem de Cro-Magnon", escreve Aguilar referindo-se aos homens que moravam em cavernas há 30 mil anos. Ottaviano di Fiori, companheiro de "peripécias" de Cencini, concorda: "Os anos 50 se tornaram pré-históricos nos anos 60, porque a revolução cultural dos 60 obliterou a cultura dos anos 50". Para costurar a exibição dos desenhos delicados e sensuais que Italo Cencini criou na década de 50, Aguilar recorreu a retratos do artista quando jovem, acompanhados de depoimentos de seu amigos de juventude. O sexteto formado por Doti Merenholz, Guaracy Mirgalowska, di Fiori, Ennes Silveira de Melo, Suely Cencini e Benjamin Steiner vivia em ritmo de "I Viteloni", filme de Fellini traduzido como "Os Boas Vidas". "Era muita farra, muita gozação", conta o galerista Benjamin Steiner. Para complementar a atmosfera do período, a assessora da direção da Casa das Rosas, Márcia Azevedo, diz que serão realizadas sessões de filmes que o grupo assistia na época. Exposição: Resgates Culturais - Italo Cencini Quando: hoje, a partir das 14h. Terça a domingo, das 12h às 20h. Até 4 de maio Onde: Casa das Rosas (av. Paulista, 37, tel. 288-9447) Internet: http://www.dialdata.com.br/casadasrosas Texto Anterior: 'Heranças' organiza percursos artísticos Próximo Texto: Emergentes esterilizam a violência em "Forma Perversa" Índice |
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