São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Inimigo natural é opção para veneno

DA REPORTAGEM LOCAL

O inseto crisopídeo está sendo estudado pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal (SP) para o controle biológico de pragas que atacam mais de 20 culturas.
O crisopídeo está sendo multiplicado em laboratório pelo professor Sérgio de Freitas e terá sua primeira liberação para testes no país em uma plantação de seringueiras em Mato Grosso, entre julho e agosto deste ano.
O inseto é encontrado na natureza, mas não em quantidade suficiente para dizimar as pragas.
Também conhecido como bicho-lixeiro, por ter o hábito de carregar no dorso as sobras dos alimentos, o crisopídeo se alimenta de pulgões, ácaros, cochonilhas, entre outros.
"O bicho-lixeiro se alimenta de todas as pragas que atingem a agricultura, de roseiras a soja, algodão e alface", afirma Freitas.
Além de ser 100% eficiente, o bicho-lixeiro chega a ser 15 vezes mais econômico que os inseticidas no controle das pragas.
"O uso do inseto custa R$ 4/ha, enquanto que o custo dos inseticidas varia de R$ 15/ha a R$ 60/ha."
O bicho-lixeiro ataca na fase larval, que dura entre 10 e 15 dias.
Durante essa fase, o inseto se alimenta de 1.000 a 1.500 pulgões, que atacam citros, couve e algodão. A larva do inseto também pode consumir 2,4 mil cochonilhas durante 15 dias.
Na fase adulta, o bicho-lixeiro se alimenta de pólen, mel ou de substâncias açucaradas das plantas.
Há duas maneiras de o inseto habitar a lavoura para o controle biológico. Uma é a criação em laboratório e posterior liberação na plantação. A outra é fazer o melhoramento do ambiente.
Neste caso, Freitas aconselha aspergir melaço em algumas plantas da lavoura de milho, por exemplo, que está sendo atacada por pragas.
"Isso basta para manter o número de crisopídeos suficiente para atacar a praga, já que cada fêmea adulta coloca de 400 a 600 ovos a cada 15 dias", afirma Freitas.

Onde saber mais -Unesp de Jaboticabal, tel. (016) 323-2500.

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